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Contos-->Obrigado Brasil... A memória portuguesa não esquece... -- 27/10/2003 - 17:31 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
27.Outubro.1980 = Marcelo Caetano  



Hombridade e Dignidade

Hoje completam-se exactamente 13 anos sobre o passamento no Rio de Janeiro, onde se encontrava exilado, do professor Marcelo Caetano, que o golpe militar do "25 de Abril" em 1974 derrubou da liderança do governo português, cargo que exercia desde 1969, sucedendo a Salazar, ainda vivo e em estado inepto, mas ainda convencido que mantinha seu longo estatuto de primeiro-ministro.

Filho de um funcionário alfandegário, Marcelo José das Neves Alves Caetano nasceu em 1906, em Lisboa. Com apenas 16 anos entrou na Faculdade de Direito lisboeta, onde concluiu a licenciatura cincoanos depois. Doutorou-se catedrático aos 27 anos, especializado em Direito-Administrativo, leccionando também matéria Constitucional, Penal e Corporativa, tendo nesta última vertente inaugurado o respectivo ensino.

Aos 23 anos conheceu Salazar e foi auditor do Ministério das Finanças, tendo redigido o projecto administrativo de 1936.

Aderiu ao Integralismo e dirigiu uma efémera revista "Ordem Nova", que assumiu como "antimoderna, antiliberal e antiburguesa". Fez parte da comissão executiva da União Nacional. Pelos 34 anos foi nomeado comissário nacional da Mocidade Portuguesa, à qual pretendeu imprimir cunho escutista e não totalitário.

Aos 38 anos já era Ministro das Colónias e, sempre em permanente ascensão, permaneceu na "reserva da República", considerado "sucessor natural" de Salazar.

Este exímio homem de estado foi considerado um reformador, defendendo "uma mudança na continuidade", fez reformas importantes que lhe valeram popularidade: reduziu a acção da censura, abrandou a repressão policial e alargou a liberdade de associação.

A incapacidade para acelarar o processo de descolonização e acabar com a respectiva guerra, vitimou-lhe o cargo e determinou o seu exílio no Brasil, que o recebeu fraternal e respeitosamente. Leccionou e escreveu no Rio as suas duas últimas obras, "Depoimento" e "As minhas memórias de Salazar". Faleceu aos 74 anos em extremado desgosto pela ingratidão que a Pátria lhe impôs. Foi sem dúvida alguma um português de coerência e hombridade exemplares.

Obrigado Brasil por tão bem teres acolhido e consolado um lusófono de tão alta craveira intelectual e humana.



António Torre da Guia






































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