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Cordel-->CAÇADA A CÉU ABERTO -- 31/08/2006 - 08:38 (Andarilho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131438346663457700


CAÇADA A CÉU ABERTO
Silva Filho


Quando tu estás a mil
Ó potranca do meu prado
Vou montar meu alazão
Campeão mui respeitado;
Vou partir como rojão
Num cavalo garanhão
Que me fez bem escolado.

Vou entrar em tuas curvas
Sem brecar o garanhão
Deslizando no teu corpo
Como espuma de sabão;
Eu cavalgo sem a sela
Quando tem uma costela
Como aquela de Adão.

Nas retas, passo de mil
Estando bem apoiado
Quando na bifurcação
Estarei mais moderado;
É ali que um garanhão
Tem melhor concentração
Pra fazer o seu traçado.

Vou explorar acidentes
Como montes e baixios
Uma gruta e vertentes
Que provocam calafrios;
Por veredas descendentes
Deixo marcas transparentes
Escorrendo como rios.

Pela noite ou madrugada
O meu corpo vai e vem
Minha espada empunhada
É o brinquedo do meu bem;
Que se mostra encantada
Com a peça encaixada
Entre as coisas qu’ela tem.

E por toda a extensão
Pelo côncavo e convexo
Vou passar a minha mão
Antes de passar o nexo;
Primavera ou verão
Qualquer outra estação
Nunca perco o reflexo.

/aasf/



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