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cronicas-->Pensamentos Velozes -- 21/03/2003 - 02:32 (Luciano de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pensamentos velozes
Pensamentos, sonhos, esperanças. Tão rápidos e velozes como os carros daquela estrada.
Os sonhos daquela gente andam na velocidade do nosso carro.
Crianças e adultos levantam o braço, oferecendo uma variedade de um "não sei o que".
Em vão. Os motoristas em seus carros velozes, parecem não lhes notar. Por pouco eu mesmo não os noto. Estamos com pressa! Não podemos parar a nossa viagem que tem dia e hora para chegar. Eu não posso parar a minha viagem!
Mas é difícil não notar uma criança, à beira da estrada, que pelo porte físico aparenta uns 7 anos de idade. Minha filha tem 6. Seriam os sonhos daquela pobre criança os mesmos que os da minha filha? Seriam as esperanças daquela criança menores do que as da minha filha? Que tristeza... Mas será que devo me preocupar? Minha filha não está à beira de uma estrada vendendo frutas. Está confortavelmente instalada no banco de trás. Ela dorme. Dorme o sono que só uma criança dorme.
O que será que passa pela cabeça daquela pobre criança enquanto o meu carro se aproxima veloz e rapidamente? O que será maior? A minha pressa em chegar ou as esperanças daquela pobre criança para que eu interrompa minha viagem e compre o que ela tem a oferecer.
Cruzando o interior de Goiás, às margens da estrada, vendem-se de tudo: uva, alho, pequi.
E lá estava aquela criança: à beira da estrada vendendo pequi!
Estamos cada vez mais próximo. Maior é a esperança daquela criança! Ela levanta o braço mostrando a qualidade da fruta oferecida.
Mas meu carro passou e não parou. Observo pelo retrovisor aquela criança que me segue com o olhar. O sorriso antes estampado na face pueril é desfeito. Pobre criança!
Que tristeza! No entanto, ao olhar novamente pelo espelho retrovisor, vejo minha filha, que dorme tranquilamente no banco traseiro. Disfarço a minha tristeza e sigo minha viagem.
Mais um carro se aproxima, e, novamente, as esperanças daquela criança renascem.
Pobre criança!
Pobre de mim!
Pobre de mim, motorista apressado, que testemunho tanta miséria no mundo e sinto-me tão impotente diante de tal situação.
Pobre de mim, motorista apressado, que com tanta pressa, mal vejo as diferenças sociais que existem entre os meus semelhantes.
Pobre de mim, motorista apressado, que fico mais tranquilo, pois minha filha dorme no banco de trás.

08/01/2001
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