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cronicas-->Um bravo lutador da terra -- 12/08/2000 - 17:09 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O apelido
A homenagem desta semana é ao senhor José Ribeiro do Couto, mais conhecido como Zezão, que nasceu em 24 de março de 1919. Filho de José Vicente Ribeiro e Josina Ribeiro do Couto, foi criado pela família na fazenda de propriedade do próprio pai juntamente com nove irmãos. O apelido Zezão foi dado ao jovem José Ribeiro do Couto por esse ter um corpo avantajado e não ter medo dos animais bravos, como ele mesmo diz, de touro, de vaca brava e de outros bichos selvagens.
"Seu" Zezão confessa que sempre deu muito trabalho ao pai, quando moleque: "Eu era conhecido como um touro bravo perante aos meus colegas, não fugia da raia de jeito nenhum, até gostava de uma boa briga, meu pai cansou de me colocar de castigo, mas não adiantava muito, só comecei a tomar jeito na vida quando casei, quando apanhei muito da vida e pelo desprezo da família", diz. "A vida foi uma escola para mim, a minha vida não foi fácil, pelo contrário, sofri bastante...", relata.
José Ribeiro do Couto estudou até o quinto ano primário, na época chamado de ano de admissão. A partir daí passa a trabalhar em definitivo com os irmãos na roça do pai, a "Fazenda Pouso do Campo", onde tira leite, ajuda na lavoura, no trato com os animais e na orientação dos empregados da fazenda. Ele diz: "os funcionários da fazenda do meu pai não gostavam muito de mim porque quando eles não conseguiam resolver algum problema, eu ia e resolvia na marra, com isso ganhei um pouco de antipatia dos trabalhadores da fazenda", termina.

Impressões
Cheguei na casa do senhor José Ribeiro do Couto, "seu" Zezão, para a realização da entrevista na manhã desta última terça-feira. Acompanhado pelo fotógrafo Melqui Jr. fomos bem recebidos. Uma residência que lembra e muito o ar das fazendas do Vale do Sapucaí. "Seu" Zezão estava sentado em uma cadeira, dessas que ficam expostas nos alpendres e varandas das casas das cidades interioranas. Ele nos cumprimentou com sua habitual simpatia, estendendo a mão e dizendo bom dia.
A entrevista que estava marcada de início para começar às 10 horas, começou com alguns minutos de atraso, mas, logo a espontaniedade de "seu" Zezão foi dando lugar ao clima frio que geralmente são realizadas às entrevistas que são feitas com o perfil de se tirar uma biografia do entrevistado. Toda a entrevista foi concedida ali mesmo no alpendre da casa. Ao som de pessoas e carros trafegando na rua Frederico Adami em frente ao número 464.
A conversa com o senhor José Ribeiro do Couto se deu num clima calmo, tranquilo e prazeroso. Toda a conversa foi observada atentamente por uma de suas noras, a Simone, que foi auxiliando e mostrando as fotografias antigas de "seu" Zezão para o companheiro Melqui, enquanto eu realizava um verdadeiro bate papo e ia descobrindo, aos poucos, a história de um grande homem da terra que soube vencer todas às lutas de forma bem humana e destemida.

A família
"Seu" Zezão ou José Ribeiro do Couto viveu várias dificuldades financeiras na época do seu casamento com Rita Fernandes Ribeiro (Filinha) na década de 40. Ele conta que no início do casório eles moravam em uma pequena casa de pau-a-pique, tudo porque o pai, José Vicente Ribeiro, não queria ajudá-lo por conta de seu temperamento bravio e às vezes, até mesmo, incontrolável.
Viveu com a esposa Filinha dos anos de 1944 a 1971, ano em que "seu" Zezão fica viúvo. Depois da perda irreparável da companheira, José Ribeiro nunca mais se casou. Terminou de criar todos os filhos sozinho. Com a mulher teve sete herdeiros, que, infelizmente, acabou perdendo dois deles. Os filhos são: Cléber, hoje um dos diretores da Cooperrita, Benedito Roberto, já falecido, José Vicente (Zeca), Luiz Fernando (Fio), Joaquim Augusto (Joaquinzão), Fátima Lúcia, também já falecida, João Carlos e Raimundo César.
Hoje o maior prazer é visitar a Fazenda São Sebastião de sua propriedade que é tocada pelos filhos João Carlos e Raimundo. Aos 81 anos mas com uma aparência de uma pessoa de uns 60 a 65 anos, a saúde é o seu grande talismã. Para ele não existia serviço ruim, se tinha que pegar na enxada, segurar com as próprias mãos uma vaca, um boi ou um cavalo, para que se pudesse vaciná-los, ele o fazia. A biografia deste fazendeiro não se limita a apenas a administrar, ele foi realmente um homem que realizou várias coisas com as próprias mãos.

Escrito no dia 10 de agosto de 2000
Publicado no dia 12 de agosto de 2000 no jornal Minas do Sul de Santa Rita do Sapucaí
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