Édipo à Esfinge
Amaury Vasconcelos*
Entrava descuidoso eu
À urbe da existência
Quando voz em consistência
E, em visão tão bela
Em pergunta assim falou:
- Quem sou, de onde vim e para onde vou?
Senti-lhe esfinge e era ela.
De logo Édipo, vi-me obrigado
A responder seu trágico dilema
Disse-lhe: se acerto destino mau terei
-se errado em estátua de morte em pedra ficarei.
Senti porém, em seu olhar amor
Ternos os seus buscavam os meus
Somando ternura, estima, paixão
Determinamos sem palavras tudo.
Amaremos loucos, sinceros.
Eu sendo Édipo, amante e amado.
Você, esfinge a dar-me tudo em troca,
Sem perguntar-me quem sou.
E eu, não querendo saber quem você é.
(*) Poeta e escritor paraibano, natural de Areia-PB e radicado em Campina Grande, onde exerceu advocacia, magistério superior. Presidente fundador da Academia de Letras de Campina Grande na Paraíba, membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e da Academia Paraibana de Letras. Orador fluente e inspirado. Autor de algumas obras literári
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