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Contos-->JUQUINHA -- 03/11/2003 - 14:54 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desde pequeno o menino perguntava por que não tinha um irmãozinho. Acontece que o casal havia planejado apenas um filho. A situação não estava para criar mais um pimpolho. Na base da brincadeira, o pai inventou um irmão. “Você tem um irmãozinho, sim, o Juquinha”. O Juquinha nunca estava onde o menino estivesse. Sempre que o menino perguntava, o Juquinha estava na escola. O Juquinha era um bocado envergonhado. Estava quase sempre escondido.
Juquinha era uma criança-modelo, educada, estudiosa. Servia de parâmetro para avaliar o comportamento do menino: o Juquinha não deixa os brinquedos no chão. O Juquinha faz a lição da escola direitinho. No Natal, só o Juquinha é que vai ganhar presente.
Quando o menino insistia, o pai chamava: Juquinha! Juquinha respondia com um barulho semelhante ao ranger de uma porta, ao arrastar de uma cadeira ou ao barulhinho de chuva. “Olha só, ele está tomando banho”.
A avó se condoía: vocês não deviam enganar o menino. Vão pensar que ele é maluco. Mas a coisa estava feita. Era bom enganar uma criança inocente. E o Juquinha já era uma presença instalada na casa. Era conhecido dos tios, que chegavam perguntando por ele. Quando traziam presentes diziam: este é para o Juquinha que ficou bonzinho.
Por um bom tempo, o menino acreditou na presença do Juquinha. Muitas vezes, chegava a ter raiva dele. Guri estranho, ficava quietinho em algum lugar da casa, não dava um pio, não brincava. Juquinha talvez fosse um duende, tão pequenininho que não conseguia vê-lo sem os óculos mágicos.
O menino cresceu. A vida foi dura para ele. Quando estava velhinho e solitário, um dia bateram à porta. Era um senhor, vigoroso ainda, bem vestido, tinha um jeito familiar. “Se arruma, meu velho, vim te buscar”. Percebeu na hora: era o Juquinha.
- Juquinha, finalmente! Onde esteve escondido todo esse tempo, seu sacana? - disse com a voz enfraquecendo e capotou no chão, sem vida.
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