O diretor daquele hospital mandou chamar o Dr. Gadelha em seu gabinete. Dr. Gadelha era um médico recém-formado que fazia residência naquele grande hospital. Era tido como um bom profissional e grata revelação na medicina, mas tinha cometido uma indelicadeza com a enfermeira chefe. A irmã Terezinha. Que humilhada tinha ido se queixar com o diretor e ameaçava ate pedir demissão. Dr. Gadelha se dirigiu ao gabinete do diretor, que também era médico. - O que houve Gadelha? Indagou! - Porque você falou aquela coisa para a irmãzinha? Ela veio chorando se queixar, disse que nunca foi tão humilhada na vida, ta ameaçando ate pedir demissão. - bom Dr. Mauro. (esse era o nome do diretor) - O senhor no meu lugar faria o mesmo! Hoje aconteceu de tudo comigo. Nervoso explicou. Eu moro no décimo segundo andar de um prédio, nessa manhã amanheceu sem energia, o despertador não tocou, perdi a hora, fiz a barba no escuro e cortei todo o rosto, tive que descer doze andares a pé, chegando na garagem havia um pneu do meu carro, murcho. Tive que trocar. Sujei toda a roupa, subir tudo de novo a pé, e me troquei. Quando já estava na rua, meu carro pifou, depois de muito empurrar, descobri que era falta de gasolina, o marcador havia enguiçado. Na pressa cruzei um farol vermelho, tinha um guarda naquele cruzamento, resultado: fui multado e sete pontos a mais no meu prontuário. Mas meu calvário ainda não havia terminado, ao chegar no hospital, fui assaltado... Levaram tudo que eu tinha, inclusive meus documentos. Pisei no cocô, caiu um toró repentino e me molhou inteiro. Sai correndo escorreguei e me ralei todo. Ao entrar no meu consultório o telefone tocou, era minha mulher dizendo que sua mãe viria passar uns dias conosco... De repente entrou irmã Terezinha e perguntou: - Dr. Gadelha, o paciente do quarto nove faleceu, o que eu faço com esse supositório?