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Poesias-->Demônios do anoitecer -- 19/08/2004 - 01:20 (DENIS RAFAEL ALBACH) |
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A tarde traz os seus demônios.
No anoitecer quando as casas dormem
Desfilam pelas ruas, em segredo
Esses mesmos demônios
Atingidos por um fluxo iluminado
De um rastro da lua
Se inibem com a antiga chama.
Alguns fogem.
Outros se esvaziam em si mesmos.
Outros se abrigam nos ninhos dos passarinhos
E um canto revoltante atormenta o bom sono de quem repousa.
Pessoas dormem com anjos.
Crianças dormem com anjos.
tranquilas
Felizes...
Felizes pelo vazio no crânio humano
Pois dele saltam os espíritos das trevas
E voam pelo espaço à procura de ilusão.
Assim deixam sossegados os que dormem.
Um estalo na espinha dorsal
Um mexer na nuca ou um arrepio na fronte
É por onde saem esses demônios ao luar
E retornam ao soar o primeiro instante.
Algumas pessoas acordam cansadas:
É o espírito pesado do inimigo
Que retorna ao corpo
ao despertar do alarme.
Alguns acordam ainda com sono:
É a viagem interrompida desse espírito
Quenão cumpriu a missão noturna.
Alguns levantam e se agitam pela madrugada:
É ele que vem e retorna
Sái e entra sem licensa
E acorda o corpo do seu dono.
Na madrugada...
Nesses instantes os anjos chegam
E acalentam os puros e fiéis
Protegendo-os.
Eles, os espíritos maus,
Só retornam e ficam novamente no seu abrigo necessário
Ao despertar da manhã.
E causam confusão
E problemas
E tristezas
E intrigas
Nas pessoas que carregam os seus demônios em si.
Denis Rafael Albach
dralbach@ig.com.br
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