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Cartas-->Nota de Suicídio -- 11/06/2001 - 23:26 (Daniel Calasans) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A hipocrisia atingiu seu ápice. Falsa moral, egoísmo, vaidade, intolerância ódio. Sentimentos represados dentro das pessoas prontos para explodir. Cada homem e mulher, ou criança é uma bomba. Uma arma pronta para atacar e ferir em potencial.
A Falsa moral age descaradamente. Pessoas com o passado e o presente sujos julgam as outras em nome duma moral inexistente. Toda moral é o fruto de um conjunto de padrões. Padrões são muito maleáveis de acordo com cada meio ambiente, sociedade e religião. Não é algo concreto onde pode-se embasar qualquer forma de justiça. A verdadeira justiça não pertence ao Homem. Ainda assim este sente-se Deus e prega sua justiça alicerçada sobre a Falsa moral. Toda essa sede de justiça é conseqüente do egoísmo.
Egoístas. Querem que sua e somente sua justiça seja aceita e lavrada. Não aceitam deixar de lado sua moral e justiça em detrimento de terceiro. Ora, sabemos que tudo é relativo, tudo é baseado em padrões. Que benefício faz a pessoa que só pensa em expor e praticar seu senso de justiça, ainda que dentro dum contexto? Objetivamente nenhum. Sabemos que o egoísta é aquele que não divide. Não divide justiça, muito menos padrões. E tudo isto em nome da vaidade.
Uma vez certo de sua moral e justiça, e impossibilitado de ver que é egoísta, o Homem alimenta sua vaidade ridícula olhando para seu interior e se gabando por Ter praticado o que seu eu pessoal julga ser justo. A idéia de sermos justos é vaidosamente trabalhada na vida dos Homens. Vaidade, vaidade. O vaidoso não aceita a imagem refletida pelo proximo-espelho. Esta imagem provavelmente se distorce do que sua vaidade o conceitua.
O ato de discordar com o reflexo de si mesmo exposto no próximo gera a intolerância daquele para com este. Intolerante! Não tolera seu reflexo no próximo. Ele se vê cheio de falso moralismo, egoísmo, vaidade e intolerância. Este não pode ser ele. O próximo esta mentindo. Ele é irreverente!
Esse turbilhão de sentimentos cria o ódio para com os outros. Ódio e mais ódio. Ele odeia sentir ódio. Com base em toda uma falácia de padrões ele se engana e finge não sentir o que sente. Torna-se no geral. Hipócrita. No fim de tudo ele é um hipócrita.
Cansado de remar contra a maré, ser julgado e vitima da hipocrisia humana e de meus próprios e falsos padrões, manifesto neste momento minha total indignação! Basta de viver num mundo como este regido por leis de fumaça, sem consistência e senso de justiça com base na hipocrisia. Leis que além de serem toxicas e desagradáveis dissipam-se com o vento.
Na verdade as leis da natureza nunca deixaram de reger o universo e nosso planeta. Para onde o vento soprar a fumaça, quem ali estiver será atingido...tanto trabalho para produzi-la e nenhuma maneira eficaz de aplicá-la! Mas, naturalmente, o vento a carrega....o vento, a natureza. Natureza esta que um dia fora submetida a uma sub espécie tão sem fundamento quanto o próprio conceito da palavra”espécie”: a natureza humana.
Naturalmente agora me retiro do que chamam de vida e encaro uma nova perspectiva póstuma. Afinal de contas foi o que sempre enxerguei.
Deixo exposto dentro de minha inevitável e natural hipocrisia da qual também, ainda, sou vitima, todo o meu agradecimento a todos que um dia hipócrita, mas honestamente, me ajudaram nesta paradoxal jornada chamada vida.
Amor, pai, amor mãe e menos, mas amor, amigos. Que Deus tenha misericórdia de vocês em vida e de mim, no momento em que proclamo minha própria morte.

“A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência. A inteligência tem seus limites, a estupidez não. (che guevara)

Neste momento alcanço o limite de minha inteligência e parto para a eterna estupidez.
Adeus

Daniel Carvalho de Calasans



Suicidem-se para o ano velho e renasçam em 2001.
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