Enquanto isso, no Riacho do JáNãoRio, precisamente no Morro do Beleléu, à tarde...
- Tia Bené, Oh! Tia Bené !
- Que-qui-é, muleque ? Ôxe, que essi muleque é a “Heloisa Helena do meu PT”!
- Soi eu, Tia Bené, o Lulinha.
- Ih eu num sei ? o “neguin” chato !
- Tia Bené, tem recado da dona Roxinha, pra senhora dar um pulinho lá na sede da Associação dos “MauOdores” do “Riacho do JáNãoRio”, acertar umas contas pendentes.
- Qui contas prus dentes é essa, oh mexeriqueiro ? Ela num é dentista e eu nun ranquei ninhum dente com ela.
- Não tia Bené! A senhora não entendeu direito. É pra senhora ir lá explicar como gastou o dinheiro todo da Associação quando foi vice do Antônimo Mulequinho.
- Ih! Eu num tenho nada com isso não. O Presidente era ele. O Mulequinho é qui tem que si expricá.
- Ele até que tá tentando, mas quer separar as suas contas das dele, alegando que as dele estão corretas e as suas, depois que o substituiu na presidência, é que estão erradas.
- Eta Cabra safado! Quer tirar o “dele” da reta e botar o “meu”. Mas isso num fica assim não! Vou butar a boca no trombone. Vou me queixar numa “estância” superior.
- A senhora quer dizer “instância” superior. Estância é aposento; morada, residência, mansão...
- Então to certa. Os “politicu” num moram tudo em mansão ? Nunca vi ninhum deles morar aqui no morro...
- Tem alguns que moravam! Até se elegeram por causa disso, com o apoio do pessoal do morro, mas depois de eleito vão morar em apartamentos luxuosos, ficam ricos rapidamente e até fazem reformas... no seu imóvel é claro!
- mas nóis tava falando “dique ”mermo ?
- Das suas contas que a dona Roxinha tá cobrando.
- Ela que vá... cobrar do Mulequinho.
- Do marido dela ? Todo mundo sabe que ela é a presidenta da Associação, mas quem manda é ele. Ela até não deu emprego pra ele lá, como seu “segurança” ?
- Quer saber ? To nem aí! tu finge qui num mi encontrou
- Eu não, que eu não sou mentiroso.
- Então, eu vou fingi que esqueci. No final ninguém vai se lembrá mermo
- Duvido. Os “aVeraD’Ouros” da “ALER-J – ALERta-Já” tão em cima dela, cobrando.
- Ah, é? Então eu vou procurar ajuda com meus amigos do PT - Patota Tapada.
- Acho que não vai adiantar, não. Os “barbudinhos” da Brasília Amarela, lá da Brasiléia, capital da Brasilândia, ainda estão engasgados com aquela história da viagem a Buenos Aires, lembra?
- Não... Não to lembrada não. Meus “Tico & Teco”, aqui dentro da caxola, andam meio “fraquin”, com falta do que cumê. Antigamente, quando eu tava no poder, eles, que são vegetarianos, eram muito bem alimentados com as “verdinhas”. Mas agora... Coitados! Tão na pior. Esquecidos, maltratados, ficaram inté duentes. E por causa disso, esqueceram de tudo, num sabem mais nada... Muito menos fazê contas!
- Ah! To entendendo...
- Pois é. já qui ocê entendeu, então exprica pra dona Roxinha, dessi “jeitin” qui eu falei procê.
- E a senhora acha, que esta desculpa esfarrapada vai colar?
- Se a do Mulequinho colou, pruque qui a minha num vai colar?
- Por que é ele quem manda na presidenta, e a senhora, agora, só manda mesmo, é no tio Ditanga. Eu acho melhor arrumar outra desculpa.
- To sem “rispiração”. Gastei “tudin” tentando expricá a minha viagem à Agentinha.
- E se não colar?
- Passa cuspi qui cola.
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