aimoré
dispense a toalha de mesa,
hoje te sirvo o jantar no chão.
talheres, não precisa:
da entrada, à sobremesa,
use dedos, boca, língua.
deixe de lado os guardanapos,
se lambuze.;
quero estampado nos lábios
um sorriso, muito gozo.
luz de velas, não carece:
a fogueira do meu corpo
reluz e aquece.
e vê se esquece as boas maneiras:
seja rude, bárbaro, grosso,
urre!
como selvagens aborígines,
comamos, nus.
canibais de nós,
comamo-nos!
valéria tarelho
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