Transcendendo minha sanidade, meu corpo plana por vales profundos, sinto o calor do sol no meu rosto, a caricia das nuvens em meu peito.
Meu corpo desliza entre as correntes de ar, me desfaço em um prazer incomensurável.
Minha percepção capta uma faiscante explosão de cores, não mais um ser, apenas um cerne intangivel.
Minhas emoções tomam novas formas e novas realidades são vislumbradas.
Fundo-me com o meio, com os sons proscritos, com devaneios insustentáveis.
Sou uno com a minha realidade imoral, com minha sanidade duvidosa.
Abdico das articulações de uma mente racional.
Deixo-me levar por ondas que percorrem caminhos oriundos da minha própria existência, transcorro túneis que vão se fundindo, se mesclando na minha própria essência e decompondo-se em mim mesmo.
Percorro o espaço, transcendo meus sentidos.
Vou alem até que atinjo o vazio frio.
O silencio percorre minha mente calando os sentidos que se rebelam.
Atinjo o ápice da insanidade. O mundo cala. Um torpor percorre minhas profundezas, começo a cair.
Meus sentidos me alcançam, sou detonada por tonalidades fulgentes mescladas em vértices foscos, odores permeiam meus sentidos, gostos nunca antes captados se tornam presentes, imagens insólitas balbuciam iniqüidades em minha mente, sons mesclando-se numa sinfonia cruel e toda gama de contato destroem minha percepção.
Minha realidade passa a esvair-se no limite da minha compreensão.
Acordo em minha vida vegetal novamente.
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