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Humor-->O QUE NÓS PENSAMOS DELES -- 13/03/2003 - 13:55 (Franclen Squissato Girão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É muito comum no Brasil que se digam coisas a respeito da visão que os estrangeiros têm de nosso país, como se a maioria deles olhasse nossa terra como uma selva gigante, cheia de cobras e lagartos, mulheres peladas e índios, Lucianas Gimenez e Xuxas, biquinis e etc. Entretanto, é muito frequente também ver brasileiros falando e discutindo a cultura de outros povos, o que gera diversas lendas como por exemplo sobre o banho dos franceses. Isso sem falar no que sofrem os argentinos e portugueses, eternas vítimas das piadas tupiniquins.

Porém, com alguma convivência com outros povos, é extremamente fácil perceber que nem tudo o que se diz aqui no Brasil sobre outros países é lenda ou implicância. Existem óbvios exageros em nossas histórias, mas eu mesmo presenciei algumas cenas curiosas no contato com pessoas de outros países que merecem ser contadas.

Uma história bem conhecida sobre os estrangeiros que frequentam nossas terras é sobre a fama dos americanos de pensarem que Buenos Aires é a capital do Brasil. Eu sempre achei isso absurdo, pensava que era impossível que no processo de globalização em que vivemos alguém ainda pudesse confundir essas coisas, até que conheci uma jovem americana que estava fazendo intercâmbio de dois meses na Espanha, vivendo com uma família de Madrid. Fomos apresentados por uma amiga em comum e o diálogo - em castelhano e com muito sotaque de ambas as partes - foi bem parecido ao que segue:

- Você é brasileiro? Cool! Amazing! I love Brazil! Você fala português?

- Sim, falo português - respondi, admirado pela maneira receptiva da garota e por ver que ela sabia qual é o nosso idioma - Como você sabe?

- Eu tenho um amigo no Brasil.

- Sério? Em que cidade ele vive?

Não direi qual foi a resposta, pois tenho certeza de que vocês já podem imaginar qual seja. Porém, justiça seja feita: a menina percebeu o erro alguns segundos depois - talvez pela cara que eu fiz quando ouvi a asneira -, corrigiu-se e, em seguida, demonstrou realmente conhecer muitas coisas sobre nosso país, porque além de ter o tal amigo brasileiro ela era fã de automobilismo, em especial de Ayrton Senna e Emerson Fittipaldi.

A fama dos argentinos é de serem prepotentes, arrogantes e anti-sociais, que é também o que mais ou menos pensam os espanhóis dos franceses - aliás, meu amigo Javier têm uma ótima frase a respeito da França: "Francia es bellisima. El problema és que está llena de franceses...".

Não só os espanhóis rivalizam com os franceses, mas também os franceses com os ingleses, ingleses com alemães, alemães com o resto da Europa... Eu não vejo o tipo de relação entre esses países como algo agressivo, ao contrário: acho que essa rivalidade alimenta muito mais a união entre as nações do que se pode imaginar.

Para dar um exemplo dessa união a que me refiro imagine, por exemplo, um russo andando pela rua quando uma pomba - animal que costuma ter pontaria impecável - acerta a cabeça do rapaz. Tentando limpar a bagunça, sem querer o russo espirra um pouco da sujeira num argentino que passava por ali, vestido com a camisa 10 da seleção portenha.

Agora você, brasileiro, responda sinceramente: seria mais gostoso dar risada do russo com a cabeça cagada ou do argentino que sujou a camisa do Maradona? E ele, o argentino, você acredita que vai estar doido para matar a pomba que cagou, o russo que lhe sujou ou o brasileiro que tirou sarro? Pois aí está a nossa união com os argentinos: mesmo na merda, eles têm sempre a nossa preferência. E vice-versa.

Conheci um argentino completamente estereotipado quando era garoto, na casa dos meus tios. Na hora do jantar, assim que minha tia colocou a travessa com os bifes sobre a mesa, o homem procurou os dois ou três maiores, lambeu o dedo e passou nas carnes. Em seguida, olhou para mim e disse:

- Você não vai comer esses que eu lambi, não é verdade?

Também conheci um argentino que está bem fora daquilo que costumamos imaginar. Dizia frequentemente "obrigado", "por favor" e "me desculpe" - em português, olha! -, gostava do Brasil e assumia isso publicamente. Só tinha um problema: o costume típico platino de beijar homens no rosto. Não que eu tenha algum preconceito a esse respeito, até acho uma demonstração de amizade, mas vamos usar o bom senso: num ônibus lotado, beijar todos os amigos enquanto o motorista espera ele descer, é um pouco exagerado.

Não cheguei a conhecer um francês que não tomasse banho, mas a fama é tão internacional que deve ser verdadeira. Espanhol sim, eu vi, com meus olhos: passou uma temporada hospedado na casa de um amigo, com uma suíte só para ele. Quando chegou, foi avisado:

- Só precisa instalar um chuveiro, porque o que estava aí quebrou.

O espanhol foi embora quinze dias depois e o banheiro continuava sem chuveiro. Ou tomou banho de mangueirinha ou sei-lá-nem-quero-saber...

Outra coisa que brasileiro adora falar é sobre o tamanho do membro dos orientais. Porém, a história mais curiosa a esse respeito foi a que me contou um amigo, sobre um colega japonês que teve na Universidade:

- Saímos da faculdade e resolvemos tomar umas cervejas na zona. Chegando lá, o japa tomou todas e se engraçou com uma mulata que rebolava atrás dele. Subiram para o quarto e, poucos minutos depois, ela desce gritando e rindo, e ele atrás com uma toalha enrolada na cintura. A mulher levou o japa, roxo de vergonha, para todas as outras garotas da casa fazendo o coitado abrir a toalha, dizendo bem alto: "Olha o tamanho disso! Você já viu japonês com um grande assim?"

Diz que o japonês foi a atração da mulherada. Todas queriam medir, comparar, brincar com a novidade. Segundo esse meu amigo, elas queriam tirar uma foto do sushi do japonês ao lado de uma garrafa de cerveja, para comparar o tamanho e provar para quem não acreditasse.

Como não poderia faltar, e para terminar, existe a fama do português de ter a inteligência um tanto curta. Sempre achei de uma maldade enorme todas as piadas que existem sobre esse povo que eu gosto e respeito muito, mas como a intenção dessa crônica é ilustrar as lendas que criamos em nosso país com relação aos estrangeiros, lembrei-me de uma grande pérola lapidada por um português que conheci num lugar às margens do rio Tejo, em Lisboa:

- Durante muito tempo em Portugal pensou-se que o Tejo fosse um braço de mar, por causa do seu tamanho e por haver sitios onde de um lado do rio não se enxerga a outra margem. Assim, acreditávamos que Portugal era uma terra abençoada, pois possui o único mar de água doce do mundo. Estávamos enganados, porém não creio que por isso nós portugueses sejamos burros como pensais os brasileiros. Afinal, nós descobrimos vosso país, ora pois!

Realmente. Como diz a piada, “...burros são os argentinos, que estavam ao lado e não viram!” - ó pá!
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