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Cronicas-->CRÓNICA DE UM TRABALHADOR URBANO -- 17/08/2000 - 00:35 (MARIA ODETE ALVES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era mais um daqueles exaustivos dias de trabalho que acabava. Trabalhava no nono andar de um dos mais vistosos prédios do centro da cidade.
Ultimamente estava acontecendo de os elevadores "pifarem". E na hora do "pique" se esperava bastante por eles no Hall. E sempre, naqueles horários, estavam superlotados. Era um sufoco. O jeito era adiantar ou atrasar um pouco a hora da saída. Deveria pensar nessa possibilidade.
Finalmente pára um dos elevadores e lá vão descendo todos, feito "sardinhas" enlatadas.
Chegando embaixo, a mesma rotina. O sol já desapareceu e a praça em frente com seus bancos sempre lotados de pessoas que ora esperam pelo encontro marcado, ora conversam com o vizinho que acabou de conhecer... E o ponto de ónibus, sempre lotado. E todos aqueles ónibus lotados... E pessoas apressadas cruzando a praça, dirigindo-se para lá ou para cá, a maioria voltando do trabalho, ansiosa por encontrar a harmonia do lar.
Seria bom passar pela padaria. Pegaria aquela fatia de bolo de milho e, de quebra levaria alguns pães para o jantar. Pães quentinhos? Uh!!! Talvez devesse comer um pouco deles. Mas como fazer isso? Assim no meio da rua nem pensar! Comer pão no meio da rua? Never! Por que não esperar até chegar ao estacionamento, entrar no carro, e...
O caminho até o estacionamento é sempre o mesmo. Bolsa a tiracolo, pasta em uma das mãos, saco de pães na outra...
Mas que pão quentinho! Vai perder aquele gostinho quando esfriar. E parece que não há muito tempo. Não, não é possível resistir...
De um lado e outro da rua as pessoas não estão interessadas em observar os transeuntes. Cada um guarda consigo os seus sentimentos e se esconde por detrás da solidão urbana.
Mas o pão não pode esperar. Pode? Não pode. E uma das mãos rapidamente abre o saco de papel e segura um daqueles maravilhosos pães, cortando-o e levando-o à boca em segundos. A dificuldade residia somente no ato de principiar a operação. Aquele pão seria devorado rapidamente, se justo naquela noite não ocorresse o incidente que quebraria a rotina do itinerário de volta.

Odete, Fortaleza-CE.

Sem data (provavelmente escrito entre 1994 e 1995).
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