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Contos-->Viagem de Finalistas -- 21/11/2003 - 22:13 (Luísa Ribeiro Pontes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Viagem de Finalistas


Foi bué de curtida a nossa viagem. Esperámos uma beca de tempo que os papás enchessem as meninas de recomendações e dessem beijos aos buchinhas lá da escola e um até filmou a entrada do filho e todos pediam para a malta não se esquecer de ter os telemóveis ligados. Eu cá não tive ninguém a azucrinar-me os sentidos, mas na volta tinha mais dinheiro que eles todos juntos e o cacau isso pra mim tem mais valor que as lamexices. Pus os meus walkman para não ter de ouvir o chilreio e os risinhos histéricos das miúdas. A viagem fez-se na boa, as storas eram fixes e o stor passou o tempo todo a ler um livro e não chateou.
Ficámos numa casa bué da nice, parecia uma daquelas casas árabes com um ganda pátio e varandins com quartos em cima e em baixo. Tirei-lhes logo as medidas. Dumas descia-se para as outras e toca a saltar para a rua. EScolheram uma seca duma terra que não tinha people a não ser a malta e umas espanholitas magrizelas, muito metediças, mas aqui para nós, ligar-lhes seria pedofilia. Na primeira noite andámos nos quartos uns dos outros numa molhada de gente, mas não nos ralámos nada com o calor e a falta de espaço. Havia umas miúdas do turno da manhã que eram bué boas e o pessoal ainda não as conhecia bem. As storas puseram-nos em quartos só de gajos e as miúdas ficaram nos delas e isso foi um erro. A gente queria era quartos mistos. Por isso quando elas vieram separar o pessoal, miúdas para um lado, rapazes para outro, a malt a disse que sim, mas quando elas viraram as costas, toca a ir bater às miúdas para virem. Mas elas armadas em santinhas era só gritinhos e umas pudicas até se ofenderam da malta investir por lá. A essas não demos descanso. Umas damas boas deram mais luta e fugiam à nossa frente, o corredor até dava para isso. Mas as storas lembraram-se de mandar fechar as luzes e a malta não foi nessa. As gajas até desligaram no quadro e tudo. Inda fizemos pior. Foi a noite das bruxas, dizia a Miss Primavera. A gente via-a chegar, parecia um fantasma, e íamos esconder-nos nos quartos. Ela virava as costas e a malta toca a sair. Até que ela se escondeu e apareceu quando menos esperávamos, já o Quaresma levava a garrafa de vodka às beiças. Foi a noite inteira aquela professora e as outras escada acima escada abaixo. Uns saíram pela janela para a rua, mas foram broncos. Na terreola não havia discotecas nem sítios curtidos. Para os subirmos foi bué difícil. Já de madrugada rendemo-nos.
A kota ficou no corredor a ver a lua e a malta sentou-se no chão a olhar também. No dia a seguir, caminhada no bosque e escalada. Fosga-se! O pessoal parecia um grupo de escuteiros mariquinhas de cantil e mochila, mas todos zombies, sem ver onde púnhamos os pés. As miúdas falavam dos soutiens e da Zara e encostavam-se a nós com o cansaço. Um gajo nessas alturas não dá parte de fraco. O pior foi quando um monitor nos fez cheirar uma caca qualquer, lontra ou lá o que era. Chiça! O gajo até desfez aquilo para nos mostrar que se alimentam de caranguejos. Andámos todos os dias, numa espécie de selva com piada, mas o pessoal queria era praia e curtir os corpos das chavalas. Quando fomos observar os pássaros, o Cláudia fez tanto barulho com uma lagartixa que lhe amarinhava pelas pernas (pudera, quem a mandou ir de mini-saia para o campo) que a passarada tirou bilhete para os quintos dos infernos. Gira foi na outra noite que as storas já não chatearam e o Bibi (esse nunca chateava) sugeriu que nos deixassem fazer o que quiséssemos. As storas ainda pensaram nas mães das miúdas, mas por fim lá adormeceram e acho que nós também de cansados. Claro que dormimos à chusma e de manhã o Sílvio até acordou com a perninha do Emanuel sobre a dele. Os gajos ficaram traumatizados o resto do dia e a malta só os gozava. Foi giro. No último dia houve uma festa e as monitoras que eram boas como o milho atracaram-se a alguns de nós, mesmo sem a gente as perceber, nem elas a nós. As storas é que traduziam. Enfim, lá se passou. Não percebo é como podem fazer estas viagens sem a malta ir a um centro comercial. Aparte uns pequenos almoços que paguei à malta e as garrafas de Malibu, o dinheiro que levei voltou quase todo. O melhor de tudo foi quando regressámos com os telemóveis a tocar e as mamãs a quererem saber onde estávamos e nós a curtir Boss AC e Kuduro. Aquele almoço no Mac Donalds foi das coisas mais porreiras que recordo. A seguir, foi a comidinha da minha mãe. De resto até foi curtido.


PS: agora só tenho curiosidade em saber se passo. Para o ano até que posso ser finalista outra vez... Tá-se bem...
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