Agora já não é tempo
de colher figos e tâmaras
mas de decepar cabeças
atirá-las contra câmeras.
Mas de faca e de punhal
e de lâmina, e de foice:
é sujigar-se o poema
espetá-lo até o osso.
E no deserto do papel
aonde, sozinho, clamo
aonde o amor se esboroa
e os poetas festejam
e a poesia termina
ponho a mesa, mas não digo
nem que a porca torça a tromba
nem onde velei o texto
nem onde furei a rima
em que verso deixo bala
em que bala, estricnina.
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