Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50664)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Olhar viajante -- 05/04/2003 - 01:45 (Juraci de Oliveira Chaves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Espia pela janela. Sempre espia. paisagens via. A lua enamorada a espera do sol. Sempre espera. Nunca chega. Rotas diferentes. Não se encontrarão certamente. A espera é longa, triste e solitária. A janela sempre abre para o olhar viajar ao infinito. Está cinzento, fúnebre. Algo de triste chocalha entre a terra e o firmamento. Nuvens vermelhas, pretas, viajam devagar carregadas de melancolia... Triste de se ver e quase impossível de entender. O olhar percebe os caminhos tortuosos e desconhecidos. Uma incógnita.
O vento leva a poeira para formar novas nuvens, poeira sangrenta. Ele assobia uma canção amargurada, dolorida.
Palpa a janela, observa-a, percebe que sulcos d´água da chuva molham o vidro embaçando a visão. Toda a visão. O mundo está embaçado. Ela gira, dá meia volta e deita na cama. Observa a imagem lá fora, pelo retàngulo opaco. O foco é sombrio. A distància também. Vê o contorno distante entre as nuvens fendidas. É do homem amado, que partiu para o combate - ela pensa. As suas mãos em movimentos desordenados apertam a arma pesada, no cumprimento do dever imposto. Mãos que a acariciaram agora acariciam aquela que fere, que mata. As lágrimas chegam com a saudade, molham os olhos azuis. Não existe fumaça que consiga cobrir a dor que sente, se deixa ficar debruçada na janela, a mercê do tempo impregnado de fel, de sangue preto. Ele se foi e ela ficou a contar os minutos até o seu regresso. Contará muitos... Reconhece que o diálogo falhou a humanidade não conseguiu se comunicar para resolver as divergências. As horas se prolongam e o triunfo tarda em chegar assim como o seu sono. Sufoca de ansiedade. Um dia o amado chegará, ela sabe. Talvez como herói, morto.

Juraci de Oliveira Chaves
Pirapora MG abril 2003
www.jurainverso.hpg.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui