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Cronicas-->Nem fato, nem feto e o mamute -- 18/08/2000 - 00:37 (Alberto Nunes Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Desde quando o Homem aprendeu algum sentido na organização, com por exemplo, aliar-se para vencer o inimigo seja qual fosse ele no tamanho e peso, celebrou merecidas vitórias, apesar de que esses acontecimentos frente aos olhos de hoje representam apenas uma pitada da força coletiva prevalecente sobre a individual. Assim, tudo isso foi somado factualmente, episodicamente, discursivamente, até que na passagem de fatos e idéias pelo filtro da abstração, inscreveu-se com precipitação no tempo e no espaço a idéia da organização do Estado.
A lógica nos leva a parodiar no sentido de que o Estado nada mais era do que um enorme mamute com o qual o indivíduo se defrontaria. Hobes o declarou com o Leviatã, uma mistura mística, sagrada, ao mesmo tempo material, com garras afiadas e apitidão voraz. Assim a idéia configurada como sendo um mamute foi sendo trabalhada e paulatinamente substituida, em níveis de elevação mais para cima, perto da idéia sobre o sagrado, ou mais para baixo, próximo da idéia de tirania. Ou seja, mais próximo da idéia sobre o sagrado compreenderia a sensibilidade a satisfação, ao prazer, afastando a idéia contrária que correspondia a opressão e a morte. Até que fosse rompida a polaridade da idéia muitos séculos se passaram recheados de sacrifícios humanos. Nem o mamute, nem Hobbes, nem eu deixamos de ser passageiros desta trajetória. E o entrevero continua cada vez mais dramático, de capítulo em capítulo, apesar de que, se ontem a substància era concreta hoje avança pela cunha abstrata; se ontem era por assim dizer uma expressão da realidade concreta, o cotidiano, a burocracia das suas rotinas polidas pelo sebo da masseração, quem diria que no futuro talvez pudesse ter o aspecto também de uma realidade virtual pelos arranjos de uma sofisticada tecnologia, como se alguém dissesse que o mamute deixou de ser mamute para tornar-se um mastodonte digital. Creio que enfrentar esta nova etapa do desafio, a qual tem por finalidade propiciar a explicação de cada gesto e fator da luta atual, é sem dúvida nenhuma o contínuo exercício da sobrevivência: do homem frente à natureza viva, frente à si mesmo, como o criador da máquina mais sofisticada consequência que fora do aperfeiçoamento de sua inteligência.
O que seja realidade concreta e o entendimento do que seja realidade virtual, em outras palavras, o que é o concreto e o que é o abstrato na dimensão da existência humana, alcança o primeiro lugar de destaque em qualquer samba enredo. Muito mais do que este sentido figurado, a questão aponta em várias direções, como por exemplo substituindo a tradicional reflexão filosófica do "Ser ou Não Ser...". Valendo-me do sentido figurado, isto fosse como dizer que "Maria a rica e a operária só é Maria no carnaval". Serviria para substituir também, por exemplo, a reflexão que cuida dos seguintes aspectos: meio-ambiente, biodiversidade, estrutura genética, comunicação quàntica e outros tantos desdobramentos que levam às outras dimensões da abstração humana. O limite será apenas quando o Homem deixar de ser a expressão de sua natureza, daí ser possível assinalar que dentro da organização do Estado para além da vontade tão somente política-jurídica, pode ser que seja uma boa configuração de luta aquela em que o mamute se transforma em Estado virtual. Amedrontado, como o Homem das cavernas quando avistava aquele monstro cabeludo, maior do que ele, o qual tinha longas presas enroladas, sem dúvida estou eu neste momento em que vejo pouco à pouco, como uma silhueta de algo estranho, diferente, a megalomania dos interesses do Estado sendo bit por bit ensacada pela informatização.
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