PARA JORGE SALES (RESPOSTA DA RESPOSTA)
(Publicado a 10/03/2002)
Meu caro Jorge
Muito interessante este poema que me dedica, como comentário ao meu poema “A menina que eu sou”. Transcrevo-o:
“Para Sal
Conversar com retrato
Não é coisa de adolescente
É coisa de gente
De fato
Mas,
pensando bem
Eu, hein!”
Foi um alívio para mim ouvir esta constatação de que falar com retrato é coisa de gente de fato.
Mas, em seguida, você deixa clara sua dúvida sobre a minha sanidade... (rs) Sinto-me louca... e quero te explicar...
Estou louca sim. Amando, amando, amando! Acho até que de uma forma como antes nunca amei. E isso não é loucura? E por acaso não são loucos todos os poetas? Claro que são, são eles que incendeiam o mundo num momento e, no momento seguinte, o transformam, o tornam melhor, o energizam com seu exacerbado amor. Se é que o amor pode ser algo que não seja exacerbado... E estou conversando com retrato... Ah, se estou! Fiz isso com meu primeiro amor. Faço agora com este que tem cara de eterno. Retrato do ser amado é algo que sempre me impressionou. Antes eu inaugurava retratos em minha cabeceira. Agora – novos tempos – eu os inauguro na telinha do micro... Mudaram os tempos, meu coração não mudou! Este está em minha Área de Trabalho. Ligo o micro, clico, ele sorri para mim, e meu dia inteiro fica iluminado!
Não duvide, meu amigo, da minha sanidade... Estou bem, saudável, inteira, perfeita. Hoje mais que nunca. E o mundo só tem a ganhar enquanto tiver gente como eu, inaugurando retratos e falando com eles.
Não quero terminar sem lhe dizer: adoro quando seu lado palhaço se insinua na sua poesia... Sempre sorrio e sempre me enterneço.
Obrigada pelo singelo poema e receba meu beijo.
Sal
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