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cronicas-->Adoro pé ! -- 07/04/2003 - 00:07 (Wilson Gordon Parker) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Adoro pé !

Todos os inconfidentes estavam sentados em volta de uma mesa redonda, quando ouviram o Lourenço bradar em alto e bom som, a frase que decretou um minuto de silêncio no meio daquela balbúrdia de pensamentos e vozes:
"Eu adoro pé!"
Espantados, todos perguntaram ao mesmo tempo:
"O que tem isso a ver com o assunto?"
Para falar a verdade, ninguém sabia qual era o assunto que estava em pauta, tal a confusão no ambiente. O chopp rolava solto, sem barreiras nem limites. Tudo parecia fora de sintonia, mas todos entendiam as coisas até onde o lazer permitia. Quando era preciso apelar para o racional, a coisa era jogada no lixo, ou a solução era a mais irracional possível.
"Que assunto ?", perguntou o Lourenço.
"O que tem a ver com o que estamos falando ?" falou alguém.
"Mas o que vocês estão falando ?" retrucou Lourenço.
"Tá bom...mas porque você adora pés ?", disse Maria, com a maior calma e naturalidade do mundo, para ir direto ao ponto.
"Eu simplesmente adoro pés. Qual o problema? Quando olho uma mulher, só vejo os pés. Se eles me agradam, mexem comigo, eu sigo em frente, começo a conversar. Caso contrário, não quero nem assunto."
"É um fetiche !", decretou um sabindinho.
"Não! Não é um fetiche! É um ato de amor gratuito. Espontàneo. Se os pés me atraem, eu me envolvo. Olho para os olhos. O rosto. O corpo.
Tudo isso tem que estar em profunda sintonia com os pés. A alma da mulher está nos pés. Lá é onde a mulher começa a vibrar. Se o pé não me toca, nada existe."
Todos olhavam espantados. Lourenço nunca dissera nada sobre o assunto. Ninguém desconfiava de tal coisa. Ele era o mais calado da turma. O introvertido. Um silencioso sem limites. Um observador de todos.
Descobria-se agora que ele, do fundo do seu sillêncio, passava o tempo todo olhando e analisando os pés das mulheres. E todas começaram a colocar os pés em cima da mesa, para que ele olhasse e desce a sua opnião sobre os mesmos.
Descobriu-se que duas mulheres da turma tinham pés chatos.
Do alto da sua sabedoria, Lourenço disse que ter pé chato não infuia em nada no seu julgamento. O problema era que o pé tinha que agrada-lo de uma forma geral, e não dependia de ser ou não chato.
"Mas basta os pé serem bonitos, para que você fique louco pela mulher?", indagou uma advogada do grupo.
"Não! O pé é o meu chamativo. O início da atração. O começo de tudo. O atalho para a felicidade."
"Ok! Mas vai faltar o que mais ?" retrucou alguém.
"Daí falta que a mulher precisa ser pediforme!", falou Lourenço.
O silêncio foi geral. As pessoas trocavam olhares espantados, como que solicitando uma ajuda ao olhado. Pelo menos, naquele momento, todos sabiam perfeitamente que ninguém que estava ao redor daquela mesa, jamais tinham ouvido alguma cosia igual, ou parecida, sair da boca de alguém".
Após o momento de espanto , eu perguntei:
"Você já encontrou a sua mulher ideal? "
"Não! Nunca."
"Pó..será que é tão difícil assim? Diga prá gente qual é, mais ou menos, o perfil da mulher pediforme?", indagou a psicologa do grupo.
"É a mulher com cara de pé e pensamento solado" disse um engraçadinho.
"Eu não sei ao certo, porque nunca encontrei alguém que se enquadrasse no que eu acho que seja uma mulher pediforme. Mas tenho certeza que quando ela surgir, eu vou saber perfeitamente que é ela", falou lourenço.
"Puxa vida! Era só que faltava para liquidar com a raça feminina. O golpe final. Já tá dificil encontrar homens, eles estão cada vez mais cheios de problemas e detalhes, e se juntar esse negócio de só ter tesão por pé bonitinho, é bom nós mulheres mudarmos de posição, e procurarmos outra coisaa para nos divertir", falou uma divorciada.
Subitamente, Lourenço ficou lívido, vermelho, trêmulo. Olhava fixamente uma mulher na mesa ao lado, que tinha o olhar vidrado no adorador de pés.
Todos fizeram um silêncio, onde só se ouvia o arrastar de pés aflitos e ansiosos. O olhar dos presentes se escancarou, e todos pensaram a mesma coisa, quando a mulher se levantou da mesa:
"Parece um pé!"
Lourenço levantou-se da mesa, segurou a mão do lindo pé, e disse engasgado pela rouquidão da emoção:
"Eu te amo!"











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