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Poesias-->Frio De Setembro -- 21/09/2004 - 14:09 (Anderson Christofoletti) |
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Temo pelo sonho pueril
Que agora , em verdade, me cega
Com sua face febril
De expressiva realidade.
Temo pelos versos
Que ainda não entendi,
Pelas músicas
Que tantas vezes ouvi,
Mas só agora me parecem iluminadas.
Temo pela palavra :
Cíclica cilada
Com seu mimetismo
Pungente
E seu romantismo
Implícito.
Temo pelo infinito
Que me aflora como presente.
Temo pela razão
Infrene
Que ,às vezes, resvala
Em meu coração
E dessangra verdades
Necessárias.
Temo pela remota possibilidade
De descobrirem o que
Sei (sinto)
E pelos que sabem
Há tanto tempo
E sofrem calados.
Temo por me entregar
Às lacunas
Que este novo caminho
Atira à minha frente.
Temo pela impossibilidade
Que toma meu ser:
Por não ter as rédeas
Do tempo que o destino
Nos destina.
Só não temo este sentimento
Que me invade quando seus olhos me guardam,
Pois sei que diante de tanto temor
Suas mãos me acalentam
E em seu abraço encontro meu sustento.
Ah, menina... O que faço com o amor
Que grita por sua metade dentro do meu peito
E invade o frio de setembro.
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