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Poesias-->Os sinos tocaram -- 22/09/2004 - 22:51 (Gabriel Rego) |
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Os sinos tocaram
As flores que crescem
Nesse solo infértil
Não têm pétalas, folhas e nem cor
São pálidas como o pano
De um altar que há muito não é usado
A criança, imóvel e fria
Descansa com essa flor nas mãos
O solo é o seu peito
Onde nada mais pulsa
A não ser a solidão
Os vermes que deterioram
Os seus órgãos
Não têm a forma tão conhecida
Têm forma humana
E têm fome
Fome do que já se acabou
E faz tempo
Os vermes
As suas estranhas já devoraram
E isso que está deitado, é o que restou
Pouco me importa
O que aconteceu
Ou o que acontece
A criança e sua ausência como companhia
Essa criança sou eu
E ao fundo os sinos tocaram
Mas só três vezes
Gabriel Rego
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