Na ânsia de fazer amor,
eu te descubro,
desnudo-te de seus pudores
em suave elisão de carinhos
e desenho um eclipse entre duas luas
sedentas de desejos
vulva
É a figura de linguagem
oculta mas sentida
uma incógnita
tocada e salivada
matematicamente
encaixada
ao meu corpo
obscurecendo
a imaginação
metaforicamente
duo...
Invado teu corpo
sentindo seus odores
que clamam
prazeres distintos
e tão iguais em volúpia
E meus contornos
também em raios
vão à tona
o sentido
de sentir sentindo
Formamos uma
vida em galhos e árvores
E sua sombra-
agressiva-
tenta me submeter...
E eu, literalmente,
me submeto
metendo-me em ti
escondendo minha sombra
em chamas
E seu reflexo-
esquecido
num instante qualquer
me pede
para levá-la aos píncaros
do prazer nesse espaço fora do tempo
Nada se agradece
Tudo se pede
na silenciosa canção de dois corpos
que tornaram-se um
e não sabendo mais
onde um começa
e o outro termina
chegamos juntos ao ápice do prazer
pedindo-
agradecendo-
querendo-
querer
mais prazer...