Ao norte de mim estou eu mesma
e ainda que caminhe, relutante,
a passos de lesma.;
ainda que por vezes sem fim,
eu siga, indecisa,
e que os ventos não sejam assim
propriamente uma brisa,
e que a paisagem não seja
necessariamente de beleza,
que mal se possa ver o chão que se pisa,
ainda está ao meu norte
aquela que fez a rota, mesmo imprecisa.
Ainda que mais ao sul
haja nascentes,
de água salgada,
temperada pela dor ou emoção pungentes.;
que estas águas corram descontroladas,
outras vezes mais calmas, clementes.;
que carreguem-me sempre para o poente,
que subtraiam-me à revelia toda a certeza:
ainda assim, ao meu norte, estou eu mesma.
Não há nada a buscar em locais diversos,
nada a fazer, buscar alívio ou defesa:
qualquer que seja a estrada,
paisagem com flores, montanha escarpada...
Ao norte de mim, estou eu mesma.
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