II
Cada pensamento meu, sou eu com voz mais calma.
Há um vilarejo amarelo de outono,
De casas feitas de tristeza e de muradas de consolo...
Pelas janelas é fácil ver velhas senhoras sentadas,
Ouvindo músicas melancólicas...
São lamentos audíveis por todos.
Pendurada as portas um convite:
“Seja bem vindo!”
Mas está claro,
Há uma alegria que nos rechaça.
As crianças brincam,
Mas de suas faces jamais vaza felicidade.
Brincam automáticas, mecânicas.
Chutam a bola... rola bola, rola a vida e o gol não chega...
“- CHEEEEEGAAAAA!”
Menino-duro, dono da bola, carrega a bola.
É fim da festa.
Quem ganha, ganha. Quem perde, fede.
Quem rouba, as vezes ganha as vezes perde.
Ganham, perdem e acumulam bilócas
Como quem cuida de dinheiros. |