METRÕ MEU AMIGO
Metrô do dia-a-dia,
De vindas e de idas,
De tristeza e alegria,
De chegadas e partidas.
Meu amigo de luta,
Da caminhada rotineira,
Que me leva a labuta,
De segunda a sexta feira.
Escutas tu, sempre calado
Todos meus pensamentos,
Levas contigo guardado.
Minhas alegrias e sofrimentos.
Tenho muita tristeza,
Por te ver definhando,
Doe-me ter a certeza,
De quem está te judiando.
Já não tens a vitalidade,
Pois te faltas manutenção,
Tens perdido a qualidade,
Sofre, por certo, a operação.
O vírus que te consome,
Deixa-te viver, porém doente,
É o mesmo que causa a fome,
Por meio tão deprimente.
É o poder desmedido,
Que teu destino governa,
É o mesmo que tem ferido,
Tua estrutura interna.
Os teus órgãos em falência,
Pela desorganização generalizada,
É a doença da incompetência,
Que te mata de forma calada.
É o desrespeito, sem escrúpulos,
Por cabeças desajustadas,
Que idealizam os grandes pulos,
De forma sujas e premeditadas.
Como é triste te ver doente,
Com rodas cheias de calos,
Que atinge toda gente,
Da cidade de São Paulo.
São Paulo, tu não mereces,
Ter um filho doente, assim,
A Deus fazemos uma prece,
Para esse mal ter um fim.
João C. de Vasconcelos
|