Usina de Letras
Usina de Letras
219 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Uma! Duas! Três vezes, não..., -- 06/12/2003 - 21:35 (Agostinho M. da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma; duas! Três vezes, não...,
Era uma manhã em que o sol não brilhava. Um dia triste em que nuvens escuras faziam um cortinado espesso no céu. Os pássaros não me acordaram, e lembrei apavorado do sonho que acabara de sonhar.
Tinha morrido por excesso de drogas. Gritava, e ninguém me ajudou. Sufocado, atirei-me na piscina, e esqueci que não sabia nadar.
Lembrava do meu grande amor, mas ela nada podia fazer. Distante não podia prever o que estava ocorrendo. Nunca tinha usado drogas. Que drogas!
Um filme passou em minha memória, e aquela cena da caneca de vinho tornou-se real. Uma linda mulher adentrou a adega, e sem nada dizer, pegou meu recipiente e bebeu todo o precioso líquido.
Reclamei, e ela prontamente fez sinal para o vendeiro, que trouxe outra caneca.
Ofereceu-me um gole e quando tentei com a mão direita pegar a caneca, levando a esquerda nas coxas da linda mulher, ela atirou o líquido no meu rosto.
Com minha elegância lingüística, tentei dizer um palavrão, mas não lembrava. Todos riram da minha cara de palhaço.
No liquido que escorria na face, corri a língua sobre os meus lábios, e percebi que não era só vinho, que me embebedava.
O efeito foi devastador, e percebi que algo muito forte tomava conta da razão que até pouco havia em mim.
Corri sem noção quando senti a água da piscina me afogando.
Gritei! Gritei! E ninguém me ouvia. Lembranças das tardes de sol poente, dos amores que alimentava com minhas rimas nada poéticas.
E lembrei do amor que distante e virtual sonhava ter em meus braços. Era um viciado nos bate papos via internet, e conheci muitos amores.
Dentre todas, essa não tinha receios, e sem medo enfrentava a família e todas suas amizades. Amava sua família e principalmente o marido. Nunca iria trai-lo.
Um quadro pintou para mim e me enviou. Uma tela pura de sentimentos, que é notório nos olhos de quem olha.
Parece que o amor da pintora, na alquimia penetra nas almas desatentas. E um sentimento lindo brota no brilho dos olhos. Muitas pessoas tentam levar o quadro, mas eu o coloquei em uma parede salvo de qualquer mão.
Como acordei, sei que estou vivo! Não morri afogado?
Belisco para confirmar o meu braço direito. Ai! Apertei com muita força. Ai! Ai...
Procuro os pássaros, minha escova de dente, nada!
Um mundo diferente existia em meu apartamento. Mas não era azul, nem dourado.
Fui à janela e uma lufada do vento atirou-me do alpendre da janela do 18o. Andar.
Agora era real e ninguém podia fazer nada. Fechei os olhos para não ver a proximidade do solo que chegava rapidamente.
Lembrei da enxurrada de pseudocontos publicados por pseudocontistas, o qual me incluo e me tornei um ser alado.
Bati meus braços como se fossem assas e voei. Voei, e ao chegar em terra, as pessoas me aplaudiam Era um herói!
Entrevistas, e muitas mulheres tomavam conta dos meus olhos, sedentos de amor.
Queriam que eu repetisse a cena, mas recusei, mesmo com tanto dinheiro que um canal de televisão ofereceu.
Um rapaz muito fagueiro querendo aparecer, ofereceu-se para realizar o feito.
Dizia tinha feito aquilo várias vezes, e subiu para o 21o. Andar do prédio, sem nenhum receio.
Tentei impedi-lo, mas foi em vão. Resoluto disse que conseguiria, e provaria que eu não tinha feito nada de espetacular. Que ele quando do atentado contra o World Trade Center tinha conseguido se salvar, voando.
Incontinente pulou no espaço, assistido pelos pássaros, que se assustaram!
Um dos pássaros perguntou para um sabiá:
- Será que o homem está tentando roubar nosso espaço?
- Não sabe que lá embaixo o negócio está feio? Não existem moradias, não têm reparado nos desmoronamentos? Retrucou um pardal.
Atento, percebi que o homem conseguia voar, mas quando no megafone gritou que não existiam milagres, vi o sol desbravando o cortinado do céu, e um barulho no chão, espalhou pedaços do coitado.
Uma multidão vaiava o pobre louco, e olhavam para que eu repetisse o feito.
Recusei e sai correndo para pegar o meu carro, e viajar para ver os olhos do meu grande amor, antes que morresse sem ver.
- Por que não fui de avião?
- Acho que milagre, não acontece três vezes.
Fim.

Ao amigo Ildeu minha eterna saudade.
Esse conto é uma fantasia que escrevi para perpetuar um grande amigo, que acaba de falecer, sem nenhuma ruga no rosto.
Um japonês que assistiu a bomba atômica devastar sua Cidade Hiroshima e foi para o Brasil, viver dignamente com uma família maravilhosa.
Com mais de 70 anos; ninguém nunca ouviu dele um resmungo, e ofertava alegrias por onde passava.
Morreu de câncer no dia seis de dezembro de 2003.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui