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cronicas-->Senhor Presidente! Cadê os meus R$ 2.040.000,00 -- 12/04/2003 - 11:28 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Senhor Presidente! Cadê minha reposição?
Athos Ronaldo Miralha da Cunha


Como todo jovem recém-formado tive sonhos. Acalentei um futuro promissor. Como servidor público sonhei com uma carreira digna. Hoje, passados todos esses anos, apenas sobrevivo.
Quando jovens somos audaciosos. O difícil se faz imediatamente e o impossível demora um pouco mais. Como trabalhadores, o que queremos? Estabilidade financeira, trocando em miúdos, muita grana no bolso. Tudo bem, servidor publico jamais será um cara rico. Mas sonhar como uma "graninha" gorda não faz mal.

E foi com um pensamento semelhante que consegui o tão sonhado diploma universitário há vinte anos. Formei-me em Agronomia. Evidentemente que estipulei um prazo para alcançar o intento da estabilidade financeira.

Não fiz comigo o que alguns críticos do Lula fazem, querem que o presidente modifique o Brasil em três meses de governo. Bom, mas isso é outra história.

Então, quando recebi meu diploma de curso superior, fiz uma promessa, planejei e elaborei um compromisso comigo. Ou seja, aos quarenta anos estaria ganhando um salário de $ 10.000,00 mensais. Pouco? Que nada. O suficiente para se viver bem, dignamente. Uma modesta extravagància, afinal ninguém é ferro. Uma mansão com quadra de tênis, piscina e outras benfeitorias que um pobre sonhador almeja. Ah! Uma churrasqueira... Tem um arquiteto, amigo meu, que faz o projeto de graça, custo quase zero.

Mas os sonhos vestem-se com outra realidade e, é claro, não contava em tornar-me um servidor público federal. Muito menos um agrónomo carimbando protocolo na recepção pública. Hoje, sou um "carimbista" de mão cheia.
O fato é que já estou com 45 anos e não cumpri o compromisso feito há vinte e três, diante do meu honorável diploma. Estou ganhando um salário de R$ 1.000,00 mensais, é um salário que permite matar a fome de minha família, mas, convenhamos, ficou muito aquém do planejado.

Senhor Presidente, por isso estou dirigindo-lhe essa carta. Afinal, alguém tem que pagar esta conta. Eu tenho um compromisso com o meu passado. E não posso decepcioná-lo.
Hoje U$10.000,00 equivale a R$ 35.000,00, - arredondando - ou seja, há uma diferença a meu favor de R$ 34.000,00 por mês e eu vou exigir os meus direitos. Minha veia sindicalista é muito forte. Senhor Presidente, promessa é divida, eu me prometi ganhar R$ 35.000,00 após os quarenta anos e só estou ganhando R$ 1.000, 00 logo, peço o reajuste do meu salário em R$ 34.000,00 e os pagamentos atrasados de 34.000 vezes 12 e vezes 5 pois são cinco anos.
Senhor Presidente mande o ministro da Fazenda depositar em minha conta os R$ 2.040.000,00 que o Estado me deve. Solicito que seja creditado no próximo mês de maio. É que já estou negociando um chalezinho de 2.328,00 m2 num loteamento fechado. E pretendo pagá-los à vista, sabe, não gosto de fazer crediário. Sempre paguei minhas contas na bucha.
Atenciosamente.
Um servidor público.

ps
Comunico que estarei encaminhando minha aposentadoria para o começo do 2004. Tenho que desfrutar das minhas parcas economias e o tempo que me resta de vida para gozá-la.
A Michelli está bem?


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