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Poesias-->flor imortal -- 08/10/2004 - 11:15 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
o tempo é meu cruel torturador

e o teu olhar, seu irmão gêmeo,

nascidos ambos do útero da indiferença,

um atravessa-me proclamando que existes,

o outro vaza-me com fulminante desprezo.



para fugir deles, divido-me igualmente

em duas partes que se alternam

e se definem por antagônicas necessidades:

algo em mim te deseja adorar para sempre,

enquanto suplico que de fato inexistas.



essa é minha descontinuidade consciente,

pois sei que brota uma flor de fogo do teu seio,

porém a chama que me queima não é mortal

e é minha petição suprema que um dia morras por mim...

apesar de saber que as deusas nunca morrem!

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