Brasília, 8/10/2004 – 17:34h
No meio da madrugada
as horas são frias e congelam-se
nos dígitos do relógio.
Nestas horas frias
congelam-se os discursos
mais calorosos, que adormecem.
Ficam entre as palavras
vãos intermináveis de um silêncio
que congela, entorpece.
Nestas horas congeladas
a santa da luz do dia
ou perde seus pudores
ou enlouquece.
Nestas horas congeladas,
no meio da madrugada,
em que tudo o mais adormece
meu coração acorda
ao som da tua voz e
a minha emudece.
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