A química da felicidade
Autor: Daniel Fiúza
24/07/2000
Felicidade é uma tênue lâmina,
Frágil, na universabilidade do meu corpo,
Guardiã perpetua da delicada flor,
Sentindo ainda pulsar o sentimento morto.
Eu, ser humano desprovido de sentidos,
Colossal me encolho e chamo...
Vislumbrando a raridade, sinto a falta,
Sofro absinto, a terrível abstinência, a torturada alma.
Preparo-me num cenário colorido,
Fico receptivo, acolho, abro caminho,
Meu teísmo aflora, galopante e farto,
Fico superando o fôlego, confitente... Sozinho.
Minhas reações em binária compleição,
Na ausência embevecida de carência,
Não sinto o peito, a mente o coração.
No caminho longo, escuro e tortuoso,
A privação deste bem se faz latente,
Na procura incessante pela vida,
Meus olhos daltônicos filtram a mente.
Na amplidão do cosmo, em fatias plenas,
Sigo seco, rude quase inanimado,
Num composto químico desunido, desumano,
Fico feito pedra, sem vida, acabado.
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