Nos meus tempos de menino,
De médico nunca brinquei,
De lado jamais troquei,
Muito macho por destino
Não fui traçado, tracei.
Pelos rios eu nadava,
Pelas matas eu brincava,
Se não tivesse mulher
Tal pedreiro com a colher
Em suave movimento
Pensava nas belas gatas;
O prazer forte explodia
Derramando-se em cascatas,
Aos borbotões escorria.
No topo de alguma árvore
Discretamente brechava
As menininhas no rio
Nuinhas tomando banho,
Naquele prazer sem tamanho
O galho às vezes rachava,
A gente se esparramava
No chão, mas pro arranho
Ninguém lá se importava.
Saudosas reminiscências
Da doce idade da infância
De inofensivas conseqüências;
Lá se vai longe a distância
Das ingênuas molecagens,
Mas são nítidas as imagens,
De revivê-las tenho ânsia.
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