Construção de área para eventos na Praça Memórias do Jaçanã causa polêmica entre moradores. O comerciante Odilon Andretta é um dos moradores mais engajados no protesto contra a transformação do local em praça de eventos. "O lugar vai acabar tornando-se um centro de camelôs", defende. "Basta colocar cimento na praça para que adultos e desocupados venham jogar bola, tirando um espaço que deve ser destinado às crianças", considera.
Odilon anexou ao abaixo-assinado uma carta de Fernanda Mendes Valente, de 11 anos, que mora em frente à praça. "Por que vocês não constroem canteiros e plantam mais árvores?", sugere a jovem moradora, além de questionar a falta de consulta à população do bairro sobre a obra.
As donas de casa Júlia Anacleto e Lucília Ferraz, que moram na redondeza por mais de 20 anos, costumam levar os netos para brincarem na praça em dias ensolarados e são contra modificações no local. "ó o que queremos é um lugar tranquilo e com mais segurança", proclama Júlia. "Precisamos de flores", lembra a comadre Lucília.
Mas a proposta de instalação de espaço para eventos e áreas pavimentadas ainda promete muita discussão. Na quarta-feira, Marc Fortuna, que reside nas imediações, coletava assinaturas para um segundo abaixo-assinado, no qual moradores confirmam posição favorável à praça de eventos. Ao ser perguntado sobre o projeto, porém, Fortuna não soube dar detalhes. "Só acho que um local para apresentações culturais não vai deteriorar a área", crê Fortuna, ex-candidato a vereador.
"É uma proposta maravilhosa, pena que alguns não queiram modernizar o bairro", opina a presidente da Comissão de Festas da Região, Genoveva Alfagali. A controvérsia continua em pauta nas rodas de conversa espalhadas pelo bairro. A solução encontrada pela Regional e moradores foi a temporária interdição da obra para que todos cheguem a um consenso, em reunião marcada para decidir o destino da Praça Memórias do Jaçanã.