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Contos-->ESQUECER NUNCA,PERDOAR JAMAIS 18 Enterro ao som de Atabaques -- 14/12/2003 - 20:15 (ADÃO JORGE DOS SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ATABAQUES(1)
( 1- Tambores altos e afunilados, usados sempre em profusão nos terreiros, de diferentes tamanhos. Servem para chamar ritualisticamente os orixás através da repetição de toques ritmados, mas também podem apenas saudar a entrada de um visitante ilustre.)

Chequei ao cemitério um pouco antes do enterro. Estacionei o carro e não tive dificuldade em encontrar o féretro. O movimento na capela e principalmente a cor das pessoas deduzi que o local era ali. Ao subir as escadas escutei os tambores e o canto ritmado que vinha do interior da última capela. Havia outras capelas ao lado e não pude deixar de perceber o espanto das outras pessoas brancas e até mesmo as negras que não estavam acostumadas a este tipo de ritual. Entrei na capela e vi os filhos de santo dançando em volta do caixão, todos com suas roupas típicas da religião afro. Não posso afirmar que alguns já estavam incorporados ou não. As pessoas também entravam na dança e circulavam o caixão, alguns tocavam na Mãe de Santo e continuavam no ritmo.Eu não sabia o que fazer, jamais havia presenciado algo tão bonito e diferente, confesso que na hora fiquei imaginando se o padre iria encomendar a alma, ou se pediria para que parassem aquele ritual profano. Não houve padre algum. O enterro de mães de santo e pessoas importantes me informaram, era feito assim mesmo. A choradeira era um ato até esperado nos enterros, mas pessoas incorporando e seguindo o cortejo, e o caixão sendo carregado pelos filhos de santo que enquanto entoavam um cântico sagrado, embalavam a esquife ao ritmo dos atabaques, isto jamais havia presenciado. Se alguém pudesse ver alem da essência das coisas, poderia ter visto, de relance, espíritos desencarnados acompanhando a despedida da mãe de santo. Não acompanhei o enterro por que precisei ficar tomando conta de uma pessoa que passou mal e teve que ser medicada. Despedi-me dos parentes e sai.
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