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Poesias-->Happy Hour -- 16/10/2004 - 12:26 (Elane Tomich) |
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Happy Hour
Elane Tomich
Encha a taça da sua alma
de aragem, cheiro de tarde,
separe em marcas vazias
de baixos relevos e guarde
a plenitude da ausência
na escultura dos lençóis.
Com ritmo, bata a mistura
e em magia de alquimia
o ponto de amar se apura.
Mergulhe em saudade intensa
de um nunca jamais possuído
num desamparo que arde
Van Gogh em girassóis.
Derrame o desejo excluído
em banzo de meio dia.
Sinta o cheiro do café
incitando a comunhão
entre o torpor da fé
e o espreguiçar no capim
Ângelus, vésperas na Sé
e o aroma de beijo e jasmim.
Oferte o seu coração
ao deus da noite que aponta
e brinde com aquela taça,
aquela que disse acima,
o anil que invade o amarelo
e vá enfeitando o clima
Impeça que se desfaça
no calor da boca, o gelo
ponha o amargo no prelo...
Entorne-me em seu abraço
e na mais perfeita paz
beijo feroz, sem prefácio.
O resto é demais da conta...
...a música, lógico, é um jazz!
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