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Contos-->O REI MOMO PIDÃO -- 15/12/2003 - 13:24 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O tamanho enorme daquela barriga e bunda era indicativo da existência de dois fenômenos: 1) a gula, ou bulimia, que consiste em comer muito mais do que o necessário e, 2) a preguiça, que nada mais é do que a ausência de movimentos corpóreos necessários à combustão das calorias.
Àquele mosquitão da Denque, cuja cara mais lembrava a de uma fuinha fugida dalgum canavial mineiro, deveriam avisar que biscoito não era coito duplo. A lalomania do cricri era terrível: quando desandava a falar, meu amigo, preparasse-se pra momentos horríveis.
Não o poderíamos taxar de chato, pernóstico ou nocivo depois que um pernilongo ávido, sugou seu sangue e, sofrendo uma síncope cardíaca, esticou ali mesmo, naquele pezão branco inchado, as canelas e asinhas diminutas.
Mas, tal qual ao piloto irado do avião vermelho, não haveria de sobressair-se aquele pudim imenso de banha compacta. Pra que seu avião decolasse os gastos seriam imensos e triplicados. E pra mante-lo na chefia a despesa seria, certamente, muito maior do que a receita.
O gordão cobiçava a “noiva”, que de tão passiva já estava até fora do ar. Pra quem não sabe noiva era a alcunha que alguns bajuladores davam a Tupinambica das Linhas. O volumoso era colega do Edbar B.I. Túrico, o “campeão mundial do mundo” em levantamento de copos nos bares da cidade. O “tesão” do boca-de-porco pela “noiva” talvez se explicasse por ter o termo noiva relação com casamento e esse com festa, bolos, comes e bebes.
Fazia parte da campanha eleitoral do Rei Momo Pidão, o projeto para a construção do maior edifício de apartamentos do interior do Estado de S. Paulo: teria 15 andares, 54 apartamentos, 40 metros de altura, numa área construída com mais de 21 mil metros quadrados. Com essa obra faraônica, para a localidade, o prefeito queria fazer um hotel municipal onde receberia os melhores artistas vindos das grandes capitais brasileiras.
O engenheiro já fora até contratado: era o Doutor Chiquinho S.E. Ochávier, formado em Uberaba em 1959. Da sua competência ninguém duvidava; e o mestre encontrava-se na expectativa da eleição e posse do seu mais novo e “mais melhor de bão” chefe de departamento que ninguém jamais tivera.
Durante o seu governo, o Rei Momo não agiria nunca como a tal doutor Chádeu, o Ratão Velho, que fora prefeito no passado e, ao mentir sobre a construção dum velódromo, afirmara que o gasto único, a ser suportado pela prefeitura, seria com a aquisição do pedrisco bom e barato. O tempo do cumprimento da promessa se esgotou, sem que o catinguento cumprisse sua palavra falha.
A solução que Momo, o futuro prefeito encontrou, para resolver os problemas da colheita da cana, estava nas regiões pobres do interior do Estado de Minas. De lá, em ônibus quase confortáveis, denominados expressos 383, uma referência mística aos números do seu título eleitoral, iniciaria o transporte das levas e levas de trabalhadores que aportariam nas usinas da região.
Certamente que Momo não intencionava instalar microfones ocultos nas repartições públicas a fim de identificar e demitir funcionários maquinadores de ardis degoladores. Por isso, e por garantir também que não tinha a volubilidade das borboletas, ele tinha a certeza que ganharia as eleições.


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