Comigo vive sob o mesmo teto,
a mesa e o quarto em que repousa a cena
do cansaço cotidiano e do afeto,
bela mulher, deusa mulher morena.
É ela leve brisa em meu deserto
nas horas de agonia que dá pena,
em tempo de alegria está bem perto,
nas estações do humor sempre serena.
É ela que quer colo, que dá colo
e faz pouso e repouso em meu abraço,
se enrola na coberta em que me enrolo
e junta ao meu, seu corpo e o seu cansaço.
Com afago e com ternura eu a consolo.
Ela adormece e sonha nos meus braços.
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