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Contos-->O MUTANTE DO CU FALANTE - PARTE 7 -- 17/12/2003 - 11:58 (ASCHELMINTO da SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No consultório do psicólogo, o pequeno Joseph chamou logo a atenção de todos, por sua fisionomia ímpar.
Desconfiado, escondia-se atrás da mãe, dizendo baixinho que todos o estavam encarando.
Felizmente aqueles longos segundos na sala de espera acabaram logo, quando eles foram recebidos pelo psicólogo, Dr. Richard Freund.
Ele já sabia da anomalia da criança, por informações prévias dos pais, mas queria conversar com Joseph, para poder avaliar sua condição psicológica em virtude do problema congênito.
Dr. Richard pediu aos pais do menino que esperassem na anti-sala, pois a presença deles inibiria Joseph, não permitindo que expressasse claramente a dimensão que seu problema ocupa em sua forma de relacionar-se com outras pessoas e situações diferentes das domésticas.
Karl e Inga, um pouco preocupados, atenderam o pedido do especialista, deixando Joseph sozinho com uma pessoa estranha pela primeira vez na vida.
O Dr. Richard olhava para o garoto com simpatia e cumplicidade, tentando de todas as formas tornar aquela conversa o mais natural possível.
Decerto a visão do menino superava muitíssimo todas as expectativas que vislumbrara depois que fora informado de que ele tinha o ânus localizado na face. Ele cumprimentou Joseph e foi prontamente respondido, quando a voz do menino se fez ouvir através do microfone que trazia preso à gola da camisa, e que direcionava para perto do rosto os sons articulados na bunda.
- É bom ver que você se comunica bem, mesmo com estes fios e microfones, disse o Dr. Richard.
- Não é muito bom, mas é melhor que ficar nu, com o bumbum empinado, para poder ser ouvido. Mesmo assim, não tenho boa dicção quando estou sentado.
O homem espantou-se quando ouviu o menino falar.
- Eu estou ouvindo coisas! Não creio que estas palavras foram pronunciadas por um menino em vias de iniciar um curso pré-escolar.

De fato, Joseph respondera com tanta desenvoltura que surpreendeu positivamente seu interlocutor, deixando-o de certa forma maravilhado com uma criança tão pequena, que já demonstrava ser intelectualmente tão bem dotada.
Dr. Richard, que esperava encontrar um acanhado menino-problema, complexado e meio retardado, percebera que estava diante de um gênio, um menino precoce. Ele decidiu aplicar diversos testes de QI, e a cada um deles surpreendia-se com os resultados alcançados.
No entanto ele via também que o pequeno Joseph era uma criança como outra qualquer, que deseja ser amado e conviver com outras de sua idade. O fato de o menino ter sido isolado pelos pais de um convívio maior com outras pessoas, sobretudo crianças, deixara-o com alguma resistência aos contatos com outras pessoas.
Estas conclusões foram tiradas dos testes realizados com o menino.
- Sabe Joseph, todos nós temos uma ou outra anomalia, que nos faz conviver com outras pessoas usando máscaras e subterfúgios para não nos tornarmos tão vulneráveis. No fundo nenhum de nós quer ser um fraco ou digno de piedade dos outros, muito menos aceitamos ser diferentes, embora ninguém seja igual a ninguém na face da terra. Você é um garoto especial, diferente, mas nem por isso é inferior às outras crianças de sua idade. Por ter um grau de diferença física tão grande, a natureza o compensou com uma inteligência e maturidade igualmente grandes, como forma de compensação, que vai lhe permitir sobreviver na selva que é a sociedade humana. Boa sorte garoto.
Dr. Richard despediu-se da família Von Hobrach, dizendo aos pais de Joseph o mesmo que lhe dissera em particular, acrescentando que recomendava para que o menino fosse matriculado numa escola convencional, pois ele tinha amplas possibilidades de se desenvolver, convivendo com outras crianças “normais”, assim como ele.
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