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Cronicas-->Perdido na Metrópole (13) Amigos! -- 17/04/2003 - 13:43 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Notei, dias atrás, uma certa dificuldade para movimentar meus braços. Pensei, a princípio, que fosse bursite, coisa fina, doença de Presidente da República. Engano. Falha no meu ritual pós-banho. Uso aquele desodorante em pasta, ou creme, como queiram. Também uso gel nos cabelos. O único problema é que eu estava utilizando estes produtos na ordem errada. Minhas axilas voltaram aos tempos da brilhantina. Um John Travolta em cada braço. Virei um "Robocop" e não estava entendo porque.

Estou triste! Profundamente magoado. Chateado mesmo...Briguei com a Mafalda, minha geladeira. Ela resolveu roncar a noite toda. Tudo bem que não fiz o degelo prometido. Entendo. O "Iceberg" continua lá. Admito. Nada justifica a frieza com que tem perturbado meu sono.

O Genival, meu computador, tirou meu provedor do ar, sem maiores explicações, por dois dias.

Epaminondas, meu forno microondas, é um sujeito exemplar. Não reclama de nada. Funciona perfeitamente quando solicitado. Estoura pipoca, esquenta lasanha quatro, cinco, vinte queijos, prepara meu "cappuccino" quentinho. Além disto topou ajudar na campanha que aproveito para lançar. Colhi mais de mil assinaturas a favor da nobre causa que, com muita coragem, decidi abraçar. Exijo, formal e oficialmente, da ciência mundial, em nome de todos os solteiros que moram sozinhos, que inventem, o mais rápido possível, o macarrão instantàneo para forno microondas. Esquentar água na panela, espalhar aquela tinta em pó, que chamam de tempero, sobre a minha gororoba preferida, dá muito trabalho, é fatigante.

Quem comete o desatino de ler esta coluna, todas as semanas, pode pensar: este sujeito é maluco! Dá nomes aos objetos! Conversa com a geladeira! Doidinho de pedra! Não é bem assim.

Moro em uma metrópole capitalista. Uma selva de concreto. A lei: cada um por si, Deus por todos. Sendo assim, minha amizade com objetos é de vital importància. Com eles posso desabafar, esbravejar, xingar, berrar... Posso tudo! Por esta razão os criei.

Devo esclarecer, entretanto, que tenho amigos humanos também. E são muitos. Faço coleção. Todos doidos como eu.

Tenho amizades de todos os gêneros. Aqui, ganharão um "nick name". Não conseguirei citar todos, portanto, os involuntariamente excluídos que me perdoem.

O Mecenas - É meu empresário informal. Meu "manager". Nem ele sabe disto, mas é verdade. Ao lado de sua maravilhosa família, apóia todos os meus empreendimentos incondicionalmente.

O Etimologista-filósofo - É capaz de abordar dez assuntos ao mesmo tempo e não complementar nenhum. Basta pronunciar uma palavra menos usual perto dele para ouvir uma longa história sobre as origens e significados do verbete. Seu lado filósofo é mais forte. Mirando o vácuo, divaga sobre os mistérios da existência.

A Atriz - No auge de minha depressão, meses atrás, passei mal em uma estação do metró. Precisei me sentar no chão da plataforma. Síndrome do Pànico. Quando me dei conta, um anjo sem asas acariciava os meus cabelos. Era ela. Assim a conheci.

O Piscicultor - É o principal responsável por meu retorno à metrópole e pelo início desta nova fase.

A Marchand - É a "culpada" por estimular minhas aptidões artísticas. Graças a ela arranjei mais um ofício, o de artista plástico.

O Comédia - Meu elo de ligação com a nova geração. Preguiçoso ao extremo. Sabe um pouco de tudo, acima da média para quem vive a aborrescência. Ensina sem perceber. Agora é fotógrafo.

O RH - Este é para dar boas risadas. Falar abobrinhas. Explorar temas absurdos e engraçados.

O Patrão - Não é de muito papo. Entretanto, graças a ele e seus toques, sutis como um trator, recheados de sabedoria, mudei minha vida e o modo de encarar o mundo.

O Guru - tem uma frase perfeita para cada situação. É um mago das palavras positivas.

O Prefeito - Fui seu assessor por seis meses. Um político apaixonado por sua cidade e seu povo.

O Vereador Pasquale - Devorador de livros. Político da nova geração, técnico, ousado e empreendedor.

Meu Mestre - Foi o primeiro a me oferecer uma oportunidade profissional. Ele e sua esposa - companheira criam e produzem um evento como nunca vi igual.

A Conselheira - Ficou no interior, onde morei. Sem seus conselhos não teria me aventurado a voltar à cidade grande.

A Médium - É minha mãe nº 2.

O Redondo - Tem sido o mais presente. Humano em excesso tem um coração muito maior do que a sociedade caótica, em que vivemos, permite.

O Ilustrador - Este é Bruno César que enriquece meus artigos com seu talento. Guitarrista de banda punk! Acho que lê minha mente. Com a devida antecedência, um dia, forneço uma sinopse esdrúxula e a partir dela, viaja a vontade.

Tem mais? É claro!

Da nova safra - Meus Editores, o Novidades?, a Axé, o Troca-palavras, o Padre Baterista, a Vice-Presidente, a Flambers, a Madrinha, mãe do meu Professor de Infància (7 anos), o Professor da Palavra, a Vizinha, a Bicho Grilo e o Musicólogo.

Da Era Pré-Jurássica: O Incrível e esposa, a Assessora de Imprensa Fofa, a Holística, O Dentista, o Cismado, o Crustáceo e o Porto Seguro.

Agora conhecem minha trupe!

Como isto aqui está parecendo discurso de ganhador de Oscar mesmo, vou esculhambar de vez.

Dizer, por fim, que tudo o que faço é ofertado com muito carinho e gratidão eterna, a um casal que, em um lapso de amor, gerou este cronista.

Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop Yslauss, artista plástico de colagem e colunista. E-mail: silvioalvarez@terra.com.br Ilustrações de Bruno César: brunoartes@uol.com.br
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