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Cartas-->Relatório -- 27/03/2003 - 20:23 (Paulo Eduardo Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Relatório



Iniciei o estágio na sexta série B, onde a matéria era a ditadura militar e os alunos não eram muito brilhantes. A professora me informou que se baseava em um questionário padrão que era adaptado ao nível de cada turma. Acompanhando o livro didático, ficava fácil responder as questões, porém alguns alunos encontravam certa dificuldade, o que atribuí à indisciplina generalizada da sala.
Seguindo para a correção de fluxo em uma turma de oitava série, onde a apatia de alguns alunos contrastava com a agitação de outros, e o tema da aula era imperialismo, constatei que as perguntas da sexta série eram mais difíceis que as da oitava, por serem menos direcionadas, e mesmo assim poucos alunos chegaram a sequer tentar respondê-las antes que a professora desse alguns gritos, e, mesmo após, vários foram os que se mantiveram despreocupados. Segundo a professora, o problema da turma, com uma ou duas exceções, era preguiça, mas ela estava de mãos atadas, pois o governo procurava evitar reprovações e não indicava qualquer alternativa eficiente e clara.
Segui para a sexta série C, onde as perguntas feitas na sexta B foram repetidas de modo mais elaborado, embora não pudesse ser notada nenhuma modificação com relação ao comportamento dos alunos.
Durante o recreio, na sala dos professores, reapareceu a questão da recomendação governamental para que se evitasse reprovar alunos. Indignação geral.
A quinta série C foi sem dúvida a turma mais barulhenta e desorganizada que eu já encontrei na vida, contando com alunos que não sabiam ler. Em meio aos gritos, pulos e correria, mal se ouvia a voz da professora. A situação não se acalmou nem mesmo com a expulsão da sala de um dos alunos. Poucos alunos entenderam alguma coisa sobre a decadência romana.
Na sexta série A, o sistema de aprendizado aparentemente funcionava melhor, devido ao silêncio. Porém, a impressão era ilusória, pois um tipo diferente de dispersão podia ser notado. Embora apenas um aluno falasse em voz alta e abertamente desafiasse a professora, o restante estava preocupado em flertar e atazanar discretamente uns aos outros, numa lógica que parecia seguir a distinção de gênero. Como resultado, as perguntas já tradicionais das sextas séries ficaram mais uma vez sem resposta, ficando sua solução para o dia seguinte.
No segundo dia, novamente me deparei com a sexta C, onde ninguém havia respondido as perguntas e até o final da aula poucos haviam conseguido. Será que nossa água contém muito cloro?
Na quinta série A após as invasões bárbaras haverem sido explicadas, foi proposto um trabalho individual, na forma de um acróstico com as palavras POVOS BÁRBAROS.
Como o final da aula estava próximo, o trabalho ficou como tarefa.
Na quinta série B não foi possível terminar a explicação e propor o exercício, pois uma súbita crise de desarranjo intestinal abalou a turma, após um funcionário ter vindo buscar os pertences de um aluno que teve de ir embora por esse mesmo motivo.
Durante o recreio fiquei sabendo que os desarranjos foram um incidente generalizado durante aquela manhã. Será o cloro?
Novamente na quinta C, percebi que nada havia mudado em relação à matéria, embora a turma fosse animada e comunicativa. Quanto ao acróstico, me parece que aluno algum chegou nem mesmo próximo de resolvê-lo satisfatoriamente.
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