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Contos-->A BOLSA -- 22/12/2003 - 11:21 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aquele toucinho ambulante dizia aos colegas que evitava caminhar pelas ruas por não conseguir terminar qualquer trajeto sem a interrupção dos apaniguados que sempre o paravam pra alguns dedos de prosa.
Mas como o médico afirmara-lhe que se não se despojasse da preguiça, o comprometimento cardíaco danaria sua condição física, ele encheu-se de coragem e tratou de reaprender a andar.
Seu mal sempre fora comer em demasia. A gula acompanhava-o desde criança quando, depois de assistir a um desfile de carnaval, resolveu ser rei momo, na ocasião em que crescesse.
Um complicador a mais daquela sua condição de balofo era o fato de possuir a necessidade premente de locomover-se sentado. Era mais cômodo, claro, acomodar o bumbunzão na poltrona do automóvel do que queimar as calorias nas calçadas esburacadas da cidade sem lei.
Mas caminhava o nosso rei por uma das ruelas tortuosas construídas dentro da fazenda oligárquica, quando um pseudo-atleta, esbaforido, se aproximou, vindo de trás, e soltando um enorme “bom dia!”, assustou-o obrigando a virar-se repentinamente. O gordão lesa-despensa sentiu uma fisgada terrível no pescoço abarrotado de banha. Mas não se acovardou e sem passar recibo, respondeu ao bom dia.
O caminhante enérgico achou que deveria conversar um pouquinho com a baleia, visto que era mesmo raro vê-la caminhar assim sem mais nem menos, dando sopa. E foi então contando sua história que era assim:
“Sabe, seu doutor, quando eu era criança, mamãe achou que deveria contratar uma empregada doméstica, visto que não vencia os trabalhos da casa. Ajustou, então, uma morena alta e forte, que bufando, sempre punha ordem na bagunça diária”.
“Ocorre, seu mestre, que depois de algumas semanas a doméstica resolveu furtar peças de roupa íntima. Nos finais do expediente, entrava no banheiro e vestindo por cima do seu sutiã e calcinha os sutiãs e calcinhas da mamãe, a ladra tentava criar o enxoval próprio”.
“Ela conseguiu levar duas vezes a roupa da minha mãe. Mas na terceira, minha velhota, que já estava esperta, impediu-a de sair e, pedindo calmamente que a acompanhasse até o banheiro, obrigou-a a se despir desmascarando-a de forma contundente. Minha mãe, irada, depois que revistou sua bolsa bateu com ela na moringa da ladroa”.
“Acuada no banheiro, apanhando feito um não sei o quê, e completamente desarrazoada, a morena compacta conseguiu livrar-se das garras da vítima e escancarando a porta do banheiro, saiu desembestada passando por mim soltando vapores pelas ventas”.
“Deixando seus pertences na bolsa, que ficara no banheiro, gritava que chamaria seu pai e a polícia. A malvada, seu doutor, num momento de fúria incontida, gritou pra mamãe que o filho dela era doidão. E eu, seu mestre, era o filho dela. Mas o que tinha eu a ver com aquela quizumba toda?’
“Nem a ladra e nem minha mãe procuraram a polícia. Mas a empregada tinha seis irmãos, doze tios, e aproximadamente 72 sobrinhos. E como não são tão importantes os fatos mas sim a versão que se dá a eles, a ladra encarregou-se de destilar, pelo tempo afora, seu ódio e vingança, difamando a família e seus componentes”.
O gordão já estava jurando que nunca mais poria os pés naquela fazenda e que se tivesse que andar o faria numa esteira elétrica. Afinal quem gosta de ouvir tantas besteiras?



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