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Cordel-->ESPÍRITO DE PORCO -- 28/01/2007 - 00:19 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESPÍRITO DE PORCO

“Esse espírito de porco
Foi a puta que o pariu!
Quem algo assim parecido
Um dia já não ouviu?
É uma expressão popular,
Que agora vou contar
De onde ela surgiu.

É o que dizem do ébrio:
Outro espírito ele tem,
Bem por isso é que fala
Coisas tais que não convém;
O Coisa Ruim baixou nele
E já não é mais aquele
Que não magoava ninguém.

Ele tem cinco espíritos,
Agora afirmo por mim:
Primeiro é do Pavão,
Que não é de todo ruim,
Do Macaco é o segundo,
Tem seu espaço no mundo,
Não está tão mal assim.

Por terceiro é o Leão,
Porquanto está no limite,
Falando alto e bravio,
Só que ele não admite
Alguém o interromper,
Deseja prevalecer
Toda opinião que emite.

Vem logo o quarto lugar,
Quando incorpora o Burro,
Fala sozinho e canta
Na mesa dando um murro:
Exige outra bebida,
Tomando-a, em seguida,
Ergue-se e dá um urro.

Depois de tanta burrice,
É um Porco voraz, guloso,
Come e bebe o que aparece,
Não importa se é gostoso,
Mas logo ele põe pra fora,
Vomita e mija na hora,
Rola por cima, lustroso.

Quero dizer em detalhes
E explicar cada fase,
Não é experiência própria,
Pois tenho outros por base;
Embora eu não seja santo,
Eu nunca cheguei a tanto,
Mas fui um dia até quase.

Já ouvi de um amigo,
Chorando a me dizer:
É feliz quem assimila
Com seu erro o saber,
Dizendo esta frase linda:
Felizardo é mais ainda
Com quem errou, aprender.

Neste caso humorado,
Transmito-lhes a lição
Que aprendi vendo e vivendo
Com dor no meu coração,
Por isso dou-lhes palpite:
Beber além do limite,
Não vale a pena, irmão.

Se você não acredita,
Leia tudo passo a passo,
Pois uma lição de vida
É o que aqui repasso,
Com o tom de bom humor,
Mas é também com amor
Para todos que eu faço.

Se o cabra quer beber,
Ele sai emperiquitado,
Colorido igual Pavão,
Bem vestido e penteado:
Umas poucas doses toma,
Em seguida se transforma
E fica alegre, engraçado.

De Pavão vai pra Macaco,
Faz micagem, conta piadas;
Amigos que o acompanham
Divertem-se, dão risadas...
Não mais Pavão Misterioso,
Sente-se muito orgulhoso
Com as suas macacadas.

Conta anedotas sem graça
E também dá gargalhadas,
Outros falam entre si:
- Ele se dói das chifradas
Que sua esposa tão bela,
Pulando pela janela,
Virou uma vaca laçada.

Tomando outras e umas,
Sente a transformação,
Ele fica muito macho
E bravo como um Leão;
Por nada se empertiga,
Até com amigos briga,
Dá uma de valentão.

Toma mais umas e outras
E a dose certa completa,
Levanta e faz discurso
Declama qual um poeta,
Vai ao balcão, dá um murro,
Agora ele é um burro
E se afasta em linha reta.

Jumento, ele paga a conta,
Na mesa fica sozinho,
Mas não está satisfeito,
Toma um copo de vinho,
Sente mal-estar ligeiro,
Vai depressa ao banheiro,
Mija e vomita no ninho.

Volta à mesa emburrado,
Senta e fica pensando:
Essa vida que eu levo
Terá fim, só não sei quando;
Alguém um dia me disse
Que eu só faço burrice,
Não vivo, estou vegetando.

Teve ele uma lucidez,
Esse ébrio inveterado,
Que não tem ninguém ali
No momento ao seu lado;
Está sozinho no bar,
Com saudades do seu lar,
Porém já alucinado.

Continuando a beber,
Muito embora enfastiado,
Solitário ele se sente
De si mesmo enjoado,
Pois está ouvindo vozes,
Toma e paga outras doses,
E sai do bar enxotado.

Alguém lhe chuta a bunda
E o deixa ali na rua;
Ele tenta se lembrar
Onde está a casa sua,
O estômago regurgita,
Na calçada ele vomita
E depois olha pra Lua.

Também urina nas calças,
Cambaleia e cai no chão,
Lambuza e se emporcalha,
Torna-se um Porco capão;
Não consegue achar o porto,
Mas está vivo, não morto,
Encontra o seu portão.

Frente ao portal é um Porco
Que procura o chiqueiro,
Dormindo à porta de casa,
Sem achar o etimoneiro,
Mas de repente levanta
E, vendo o cão se espanta
Com ele ali no terreiro.

Vê o seu cão vira-lata
Que o cheira e não responde
E vai lambendo-lhe o vômito,
Que ele já não esconde,
Mas a Deus pede socorro:
- Se vomitei um cachorro,
Eu o engoli, mas onde?

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS
































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