REFÚGIO
A minha vida é casa-veraneio
completamente só, sem morador,
refúgio de inquilinas a passeio,
seguro porto para um grande amor.
Em dias de férias tenho prato cheio
das comidinhas de melhor sabor,
u’a rabadinha gostosa, o meu recheio
que tem gostinho de queijo no licor.
E não me falta a mole conversinha,
um dengo, um doce beijo, a mão bobinha,
cantos, serestas, pelas madrugadas,
o amor a soltas rédeas, libertinas,
nos róseos braços de minhas inquilinas,
quando em meus braços bem agasalhadas.
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