Insensato sou, quase insano,
Tantas vezes
Tantas vezes até profano
Atormentado por insalubres ares
Estes ares sempre nefastos.
Cria minha a me sufocar
A contaminar meu ser
Ou não ser, batido nas lutas íntimas
Sem têmpera nas virtudes.
Assim, desta forma,
Conjugo a vida
O amor
Inebriado nas esquinas dos sentimentos
Possuído pelo nada, pelo vazio
A carne, a carne, a carne
Na busca infinda
Da cura da alma.
Vem sempre
Desejo! Desejo!
O mal invisível a latejar.
A gritar, a implorar: Vai! corre!
Traz-me alívio, bálsamo
O prazer: a carne
Pele, suor.
Ah!
As flores mortas
A raiz morta
Do amor
Arrancada pelas correntes
Desse vazio, desse nada
Que avassalam o coração
Um coração decaído |