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cronicas-->Minha Aldeia III 12 - O Rádio de Pilha -- 08/05/2003 - 14:38 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Rádio de Pilha


O irmão mais velho do Anhinha e do Paulinho,o saudoso Vinicíus,era casado com a Alaíde que tinha um irmão que morava com eles. Esse cunhado do Vinícius que a gente chamava de Nilton Fofoquinha, tinha uma relação com um radinho de pilha japonês que só não era mais estranha que a do homem com a melancia.
Para onde fosse, lá estava ele com seu radinho, colado na orelha. Naquela época, um radinho de pilha japonês era como um celular nos primeiros tempos:o sonho de todo mundo. E era caro.Foi preciso que ele se tornasse quase um alcoólatra para comprar o seu primeiro radinho, por conta de juntar todo o dinheiro necessário
trabalhando numa engarrafadora de cachaça.Ele ouvia de tudo.Até que certo dia, passando pelo atalho de um terreno baldio ao lado da casa do Paulinho Palito, a esquina da Rua Conde de Porto Alegre com a Rua Chaco, um amigo do alheio o assaltou, levando a sua paixão. Era muito triste ver o Nilton Fofoquinha , passando nos dias seguintes, como se estivesse segurando o radinho e ouvindo seus
sonhos.
Sempre aos domingos, passava um sujeito pela Rua General Càmara, carregando uma melancia como se a estivesse ouvindo.
Um belo dia,ele passava sem a
melancia, embora mantivesse a mesma posição do braço como se a ouvisse ou apenas a carregasse. Todos ficamos com a sensação que a haviam roubado
e ele ainda não havia se apercebido.Parecia até o Fofoquinha.
Na Rua Conde de Porto Alegre,
quase na esquina da Rua Tuiuti, havia
uma engarrafadora da Cachaça Paraíba
de um tal de Zé Canabarro,onde o Nilton Fofoquinha, o Nilo e o Paulo Tartaruga foram trabalhar.Como era uma engarrafadora sem grandes tecnologias, o processo de engarrafamento era bem simples. Através de mangueiras que ficavam em grandes tonéis e eles sugavam com a boca para despejar a aguardente nas garrafas. Em seguida, eram chapinhadas numa máquina manual e rudimentar.
Este processo, invariavelmente ,os deixava ao final de cada jornada de trabalho, embriagados.
É triste saber que o safado que assaltou o Nilton Fofoquinha levando o seu radinhojaponês,nem levou em consideração as vezes que ele queimou o pé para adquirir seu sonho.

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