Era uma vez um poeta
não se sabe de onde veio
num pareio de viúva
vivia entrando no meio
era tinhoso o moleque
completamente sem breque
e falava nome feio.
Aquilo foi irritando
a viúva de plantão
já dera cabo de dois
onde um era valentão
começou a arquitetar
plano para não falhar
pr esse ir lamber sabão.
Nem mesmo o abalroou
nos versos que lhe teceu
ele tirou foi de letra
tudo que viu e que leu
mas para essa tal poeta
pouca coisa não lhe afeta
que de tudo já viveu.
O mundo é uma roda viva
não adianta mal humor
quem se lamenta na vida
perde tempo sem louvor
assim foi que a viúva
brava feito uma saúva
foi buscar outro teor.
Pra dar cabo do menino
pior que um piolho micuim
daqueles que tem no mato
advindo do capim
não tem um inseticida
que dê fim na sua vida
o bicho é pior que saci.
Mas até aonde eu sei
ela encontrou o tal jeito
pra se livrar desse peste
que é seu amigo do peito
mandou ele catá coquinho
na descida com jeitinho
fazer serviço bem feito.
Se ele não obedecer
então o bicho vai pegar
vai lhe atrair para a praia
na caldeirada jogar
com siri e caranguejo
decerto vai tomar jeito
ou então vai se explicar.
Transcrevo aqui a oração
que vi ela balbuciar
feita a um santo caçado
mas bom de arrepiar:
"Meu São Jorge do dragão
dê um jeito nesse cão
que senão vou lhe matar."