RADIOGRAFIA
Tem fausto porte de mulher granfina,
no cerne o cosmos de uma sepultura
cheia de vermes, larvas, em mistura
co’a decomposição que a predomina.
Na boca, aquele inferno em miniatura
destramelada está língua rapina,
tão permanentemente libertina
quanto deserta a sua compostura.
Com que perícia, esquiva e acotovela,
agride, mente, engana e forma frases
perversas, guturais, ao modo dela.
A falta com o respeito, os feitos graves,
são negativos com que me revela
a dor que causa e guardo a sete chaves.
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