Cantar esses versos, tarde da noite,
Não é fácil,
Para ser sincero,
Não sei por que faço...
Sim, sei!
Preciso escrever,
Deixar para o mundo o meu legado,
Nessas palavras tortas, mesquinhas.;
Largado
Sobre uma mesa suja, fétida a desânimo.
Palavras que esculpo com lágrimas que brotam de [minh alma
E que vão cortando minha face à medida que [caem...
Palavras tristes e violentas,
Que arrebentam o meu peito,
Dilaceram os meus olhos,
E estripam o silêncio da minha dor...
Quero cantar esses versos de maneira não serena,
Bradando velórios com gargalhadas sinistras,
Chorando mil miríades de demônios imolados para [Arimã e Hades
E expulsando os pesadelos que acometem minha [ínfima alegria...
Então:
- Calai Penar de meu espírito...
Calai Mágoa de meu coração...
Calai Angústia de meu ser...
Calai Essência do Não...
Calai Deus dos Submundos...
Calai Flores mortas do chão...
Calai Intrépido silêncio dos mudos...
Calai Martírio da abnegação...!
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