O sentimento analógico veio-me do e-mail que adiante insiro tal qual o seleccionei e colei aqui.
Hoje é Domingo, antigo dia de vestir terno novo sobre alva camisa de gravata em nó estreito, elegante, fita bonita quiçá esvoaçando sobre o ombro, acenando ao longe à namorada, elevada em bicos de pés, braços erguidos, fechando e abrindo os dedos como se fossem dez borboletas.
Acordei, soergui-me, volteei para fora da cama, calcei os chinelos e fui em directo para o espelho, autómato sem raciocínio, máquina comandada pelo vício dos dias... E só agora dei por isso.
O gesto?!... Ora o gesto é sempre o mesmo. Ambas as mãos deslizam e se espalmam no rosto, acariciam-no e apalpam o tamanho da barba, o preocupante castigo que a natureza deu aos homens actuais, castigo que alguns finórios invertem em prazer e deixam crescê-lo, tratam-no, estendem-no em belas madechas.
Diz-se assim exactamente: hoje está um bom dia de sol, largo chuveiro de luz e calor que inunda alma e corpo em aprazível abraço. Sinto que algo está a fazer amor comigo. Avenida dos Aliados = Porto | Meu Norte em qualquer Sul... |
Desço a Rua de Camões pelo passeio mais largo, à esquerda, em direcção à Trindade, cerca de cem metros adiante. Nota-se no movimento a impressão dominical, os automóveis não têm frenesi, gado de chapa a motor escorrendo descontraído para a entrada da avenida, a da Liberdade; à entrada, em nome de tabuleta marmórea, o general Humberto Delgado está de porteiro.
E penso, penso como se voasse planado, sem me mexer e ao sabor da magnífica brisa. Penso?!... Penso que me vão acusando sucessivamente de tudo e incrivelmente ainda não acertaram no meu erro. E, afinal, o meu erro está simplesmente à vista. Coitado de mim (!?) sob este vale de lágrimas nesta Usina das palavras.
De uma janela entreaberta onde uma cortina branca dança lenta, a voz de Lenita Gentil sai e ouve-se nítida: "... ide bugiar meus meninos...".
Torre da Guia PS = Se tiverem tempo e paciência para lerem e analisarem com cuidado todo o conteúdo desta crónica - "Este Vale de Lágrimas = Esta Usina de Palavras" - tentem estabelecer a diferença entre texto meditado e expontàneo. Se o fizerem, gostando bem da língua portuguesa, entre estes alhos e bogalhos, acreditem, estarão aprendendo uma importantíssima coisinha plena de mil regras indizíveis. O assolapamento íntimo, em geral, ou chega cedo ou muitíssimo tarde, tarde inexoravelmente intransponível.
Pensamento: Verberar propositadamente o bem feito elege o imperfeito. E depois?!... Passem e fiquem bem. Data: Sat, 10 May 2003 02:03:48 -0300 Para: torredaguia2003@yahoo.com.br De: angel@terra.com | Isto é spam | Adicionar à lista de endereços Assunto: Usina de Letras -- Contato do Leitor       Mensagem referente ao texto - curriculo. E não é que o PALHAÇO chora mesmo? QUE TRISTE E RIDíCULO PAPEL VOCÊ ESTÁS A FAZERE HOME... VESTES CALSAS OU SAIAS? É COMO SE ESTIVESSI A PEDIRE: POR CARIDADE, DEIXEM A PROFESSORA EM PAZ!!!!!!!!!!!! ELA ME PERTENCE!!!! POR CARIDADE!!!!!!!!!! SEU NEURÓTICO DE MERDA! PORTE-SE, PELO MENOS COMO UM HíMEM JÁ QUE DIZ QUE É! NÃO VÊ QUE CADA VEZ MAIS FAZ O PAPEL DE "BOBO DA CORTE"? ACHA QUE ALGUÉM ESTÁ INTERESSADO EM METER-SE COM A SUA PROFESSORINHA? TAMBÉM NÃO ACHO GRAÇA NENHUMA QUANDO ELA OFENDE ALGUÉM, MAS PELO MENOS TEM CLASSE. SIGA O EXEMPLO DELA E ESCREVE, SEM AFRONTAR A TODOS, SEU PÉ RAPADO! ELA NEM TE ESTÁ DANDO A MíNIMA E TU É QUE NUM TE CANÇAS DE PERSEGUILA, SEU GORILA! USAISTE UM BOM NICK: DIABO DO INFERNO. COMBINA MUITO CONSIGO. Anjo do Espaço O Senhor José Guimarães Machado é um usineiro recente e, creia, não pode ter de forma nenhuma conhecimento do que se passa e, é óbvio, nunca será a professora que o esclarecerá. Ex.mo, pondere... Quem está de facto a fazer papel de palhaço?! Que ironia, Senhor Machado. A professora está a fazer ao senhor o que já fez a meia-dúzia. Tem sido isto. É a tendência preferida dela. Analise. Se ela porventura for terna consigo, logo que ocorra a ruptura, verá. Vai logo de seguida apagar tudo para os outros não verem. Isto é verídico, Senhor Machado. O senhor é maior e vacinado, faça o que quiser. Podemos garantir-lhe que nos últimos três anos aqui a liberdade é de oiro. É compromisso como algo de sagrado. Investigue, informe-se. A professora é tão só uma habilidosa dos namoricos virtuais, e faz ela muito bem, se não arranjasse toda esta paródia e não provocasse conflitos. É surpreende e é verdade explícita. Correio do Inferno Devoluções ao Domicílio |