I
É quando estamos indo para o céu, tranqüilos por já termos morrido, que vem, sempre vem, aquele sentimento de esquecimento. Coloca-se então as mãos no bolso para a conferência, mas não há bolso, não há nada, só o sentimento, pelo teu próprio esquecimento.
II
Sobrenaturalmente as formigas aparecem onde quer que se vá, e não há de se espantar caso um fantasma também reclame, posto que todos somos criaturas de Deus.
III
Vivemos muito tempo, talvez, o conhecimento da humanidade é grande demais, o mundo está começando a travar, é enchente, é "el niño", é sobreaquecimento. O mundo começa a ter erros fatais sequenciais; em breve estará na hora de reiniciar. Basta Deus apertar um botãozinho, se é que não se cansará e... melhor nem falar.
IV
Os temas que se aborda, as letras e estilos que se der, adornos ou simplicidade, rima rica ou versos brancos, não importa, nada disso importa, todos os poemas, ainda que com outros temas, são de amor (nem há outra condição).
V
A sabedoria leva a simplicidade, simplicidade tanta que possa ao próximo contranger dada a ausência de adjetivos e de peças de roupa...
VI
Feliz ainda deve ser o ignorante que acredita nas besteiras que lhe falem e não se questione filosoficamente o mundo, tentando entender alguma coisa. |
